Papo de Mãe

Mochila pesada pode provocar dores nas crianças

É preciso ficarmos atentos sobre o volume e peso dos itens no dia a dia das crianças para evitar problemas de coluna e dores musculares.

Roberta Manreza Publicado em 21/01/2018, às 00h00

Imagem Mochila pesada pode provocar dores nas crianças
21 de janeiro de 2018


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 Por Dra. Priscila Zanotti Stagliorio*, pediatra

É preciso ficarmos atentos sobre o volume e peso dos itens no dia a dia das crianças para evitar problemas de coluna e dores musculares

Escoliose, hiperlordose, hipercifose, dores musculares e nas articulações, no pescoço e nos ombros são alguns dos problemas mais comuns observados nas crianças que carregam muito peso nas mochilas escolares. Itens como cadernos, canetinhas, lápis de cor, agendas e dicionários são indispensáveis para o uso na educação tanto na escola como em casa e, de acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBTO), o peso ideal das mochilas não pode ultrapassar 10% do peso corporal da criança. Por exemplo, se a criança tem 30 quilos, a mochila deve no máximo pesar cerca de três quilos, exceder este volume pode sobrecarregar a coluna, promover má postura, dores musculares, problemas de locomoção e ou até prejudicar a formação óssea do estudante ao longo dos anos.

Estima-se que cerca de 80% dos estudantes em fase escolar (ensino fundamental e médio) já sentem dores nas costas e ou musculares por variados motivos como, por exemplo, erro postural ao sentar e manter-se durante o período de aula e, principalmente, a sobrecarga de peso com materiais escolares, assessórios e itens que podem ser deixados em casa e ou na escola. Lembre-se que o mais importante é avaliar o que, de fato, é essencial para a rotina das crianças e, a partir disso, garantir a saúde delas. Para isso, listei algumas dicas abaixo sobre como não errar na escolha da mochila e algumas alternativas que podem ser adotadas para minimizar problemas futuros:

Dicas:

– Hoje existem inúmeros tamanhos, modelos e tipos de mochilas à venda no mercado em geral e a escolha pelo modelo é um desafio e tanto para os pais. Quando a criança já tem idade para decidir, às vezes, deixamos de lado o quesito segurança e optamos pela beleza do item que elas tanto desejam.

– Faixa etária da criança – para cada idade existe um tipo de produto indicado para o seu uso. Crianças na pré-escola e até o ensino fundamental I por exemplo, podem utilizar mochilas com rodinhas para facilitar a locomoção e poupar as costas dos pequenos e pequenas.

– Origem da mochila – algumas são fabricadas em escala de produção em massa e não passam por órgãos de qualificação que atestem sua segurança (risco de toxidade da tinta, perigo de machucar as crianças com rodinhas, zíper e outros itens de baixa qualidade, por exemplo). Lembre-se: o barato sai caro. Compre em locais que você saiba a procedência e possa sentir segurança.

– Evite o sobrepeso das mochilas com itens desnecessários e ou duplique os materiais que são de uso recorrente em casa como, dicionários, canetinhas, lápis de cor e réguas. Veja com a direção da escola se existe a possibilidade de guardar alguns itens em armários para evitar a ida e vinda de materiais que você tenha em casa.

– Para mochilas de alças, procure por produtos que ofereçam resistência e conforto para os ombros como as acolchoadas, reguláveis e com largura mínima de quatro centímetros, pois as de tiras mais estreitas provocam compressão nos ombros e podem causar dor e restringir a circulação na região.

– Oriente a criança e o jovem para usar a mochila com as duas alças adaptadas no ombro e a mochila no centro das costas, dividindo o peso por igual para manter o centro de gravidade da coluna e diminuir o risco de lesões musculares.

– Organize os materiais mais pesados no fundo da mochila e certifique-se que os cadernos e livros estão alinhados para evitar “desequilíbrio” e promover escoliose (alteração postural).

– Quando a criança apresentar algum incomodo e ou dor muscular, fique atento e certifique-se de leva-la ao médico pediatra ou especialista para saber a origem do desconforto.

*Dra. Priscila Zanotti Stagliorio émédica pediatra há mais de dez anos, atua na zona norte de São Paulo, em consultório particular, no Pronto Socorro do Hospital São Camilo – unidade Santana, e na rede Dr. Consulta – unidades Tucuruvi e Santana. Em seu currículo possui diversas participações em congressos, cursos de especialização e atuações em prontos socorros, clinicas e ambulatórios médicos da grande São Paulo – Capital. Oferece curso personalizado para gestantes e mamães com recém-nascidos, com o objetivo de ajudá-las na mais importante missão de suas vidas: ser mãe.

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