Roberta Manreza Publicado em 22/07/2016, às 00h00 - Atualizado em 01/08/2016, às 17h24
Por Ricardo Kotscho*, jornalista e avô
A vida tem sido muito boa comigo, graças a Deus e às minhas mulheres (a Mara e as nossas filhas, Mariana e Carolina), e agora também aos cinco netos (Laura, João, Isabel, André e Olga, por ordem de entrada em cena).
Por isso, fiquei muito contente quando recebi o convite para escrever este texto, fora da minha pauta diária de repórter subordinado aos fatos.
O “Papo de Mãe” é o lugar certo para falar do que a vida tem de bom, poder abrir o coração sem medo e trocar experiências com os leitores sobre o bem maior que temos no mundo: nossa família.
Dá para notar esta relação afetiva nos comentários dos leitores/leitoras que, em vez de detonar uns com os outros, como é cada vez comum nas redes sociais, procuram se ajudar mutuamente.
Na infância e adolescência das minhas filhas, eu vivia viajando a trabalho pelo Brasil e pelo mundo, saía cedo e chegava tarde em casa, sem me dar conta de que estava perdendo o que a vida tem de melhor. Ainda bem que a Mara foi pai e mãe ao mesmo tempo.
Só agora, com os netos, eu aprendi a dar valor ao que realmente importa, às pequenas descobertas do cotidiano, vendo-os crescer e descobrir o mundo.
Nada se compara ao abraço e ao sorriso de um neto, poder ver as crianças correndo e brincando felizes, como aconteceu ainda neste final de semana com a nossa pequena família reunida no sítio (só não foi a Laura, a mais velha, que já está viajando sozinha, vejam só).
Nunca tive muito jeito nem paciência com crianças, mas estou aprendendo. Sou mais de ouvir as histórias delas do que de contar as minhas. E como fazem perguntas, estas crianças, parecem repórteres de antigamente.
Esta turma mudou minha vida ao me mostrar que a felicidade não está fora, mas dentro das nossas casas, muito perto de nós, não importa o que esteja acontecendo do lado de fora. O resto é acessório e passageiro.
Qualquer que seja nossa profissão e a necessidade de ganhar um salário para pagar as contas no fim do mês, nada justifica a perda desses momentos felizes que não têm volta.
Pena que a gente perca tanto tempo para descobrir algo tão singelo, mas a cada dia, a cada hora que passo com eles, me sinto agradecido pela vida revivida neles.
Pouco tenho a lhes ensinar, mas muito a aprender.
*Paulista, paulistano e são-paulino, Ricardo Kotscho, 67, é repórter desde 1964. Já trabalhou em praticamente todos os principais veículos da imprensa brasileira, nas funções de repórter, repórter especial, editor, chefe de reportagem, colunista, blogueiro e diretor de jornalismo. É atualmente comentarista do Jornal da Record News e repórter especial da revista Brasileiros. Contato: http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho
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