Estima-se que no Brasil um em cada quatro homens não faz o exame médico necessário para detectar o câncer de próstata. Ocorre que uma das principais causas ainda é o tabu: de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, 80% dos homens deixam de fazer o exame para detectar a doença por preconceito, o que atrasa o diagnóstico e agrava ainda mais a situação.
Roberta Manreza Publicado em 27/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h29
Um em cada quatro homens não faz o exame médico necessário para detectar o câncer de próstata
Nomês de novembro voltamos nossa atenção à conscientização quanto a importância do diagnóstico precoce e os riscos do câncer de próstata.
Pensei em usar este espaço para contar a vocês sobre o primeiro procedimento com PSMA Lutécio-177 que realizamos em parceria com o Hospital Santa Paula e o apoio do laboratório Delboni Auriemo – ambos do Grupo Dasa – e sobre como os pacientes que possuem a doença já podem contar com terapias inovadoras oferecidas pela Medicina Nuclear.
Mas acredito que temos um papel mais urgente no momento. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens, atrás somente do câncer de pele não-melanoma.É estimado que mais de 65 mil novos casos surjam por ano no país. Esse valor corresponde a um risco estimado de 62,95 casos novos a cada 100 mil homens.
E, muito embora sua incidência seja preocupante, estima-se que no Brasil um em cada quatro homens não faz o exame médico necessário para detectar o câncer de próstata.Ocorre que uma das principais causas ainda é otabu: de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, 80% dos homens deixam de fazer o exame para detectar a doença por preconceito, o que atrasa o diagnóstico e agrava ainda mais a situação.
Para deixar o cenário ainda mais complexo, o câncer de próstata é assintomático na maioria dos casos e, por isso, é considerado uma doença silenciosa. Para que a doença não piore e ainda seja possível um tratamento curativo, é muito importante reforçar: o diagnóstico precoce – seja ele feito inicialmente via teste de PSA ou pelo temido exame de toque – continua sendo a principal estratégia para aumentar as chances de cura e tratamento.
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir dos 45 anos realizem o exame de toque retal anualmente. Além do câncer de próstata, o exame de toque retal identifica outros problemas, como infecções ou inflamações, além do crescimento da próstata, que recebe o nome de hiperplasia prostática benigna
Com o avanço da idade, a dosagem do PSA tende a aumentar naturalmente, por isso, o resultado do exame pode não ser conclusivo, o que não significa necessariamente que o homem tenha câncer de próstata. Cerca 75 a 80% dos homens com aumento de PSA não têm a doença. Cerca de 20% dos homens com câncer de próstata sintomático apresentam um PSA normal. E, dependendo da região da próstata, o câncer pode não ser palpável pelo toque retal, por isso, a melhor estratégia é realizar os dois exames, que são complementares.
Que tal deixar as piadas de lado e cuidar da saúde? O exame de toque dura menos de 15 segundos e pode salvar a sua vida!
Por Dr. Dalton Alexandre dos Anjos, coordenador da Medicina Nuclear do laboratório Delboni Auriemo