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Obesidade mórbida: todo cuidado ainda é pouco

Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil é lembrado nesta quinta-feira (3), e serve como um alerta para pais e cuidadores

Redação Papo de Mãe Publicado em 03/06/2021, às 08h16

Em casa e com menos atividades físicas, as crianças passaram a correr mais risco
Em casa e com menos atividades físicas, as crianças passaram a correr mais risco
No ano de 2019, cerca de 16,33% das criançasbrasileiras entre 5 e 10 anos se enquadravam na categoria de obesidade, definida pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Entretanto, 5,22% delas faziam parte da categoria de obesidade mórbida, quadro mais agravante. Os números foram divulgados em uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar de não existirem dados e pesquisas mais atuais, o cenário em torno da obesidade infantil no Brasil só piorou com a chegada repentina da pandemiaem 2020, tirando milhares de crianças das suas atividades físicas e da alimentação fora de casa. Pelo menos foi isso que contou Cintia Cercato, endocrinologista e presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica) em recente entrevista ao Papo de Mãe.
Por isso, nesta quinta-feira (3), data em que é celebrado o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, vamos relembrar alguns pontos importantes para a prevenção de tal diagnóstico, começando pela questão da obesidade mórbida.

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Obesidade x Obesidade mórbida

Entende-se por obesidade quando o Índice de Massa Corporal (IMC) de uma criança de 5 a 10 anos está acima de 30 kg/m². Já a obesidade mórbida é quando o IMC supera os 40 kg/m². Os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está obesa. Geralmente, a obesidade é mais comum.
No entanto, tanto a obesidade como a obesidade mórbida, são causadas pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, tendo como principal mote a alimentação inadequada e falta de atividade física. No entanto, os diagnósticos também podem partir de fatores genéticos e hormonais. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pesquisas já revelaram que se um dos pais é obeso, o filho ou a filha tem 50% de chances de ter a doença. Nesses casos, todo cuidado é pouco.
O tratamento da doença pode depender de acordo com a intensidade da obesidade, no entanto, geralmente é multidisciplinar e requer mudanças nos hábitos de vida. Atualmente há várias opções de acompanhamento, mas quanto maior o grau de excesso de peso, maior a gravidade da doença.
Ao Papo de Mãe, a presidente da Abeso afirmou que além do risco de vida, bullying e mal-estar que a obesidade gera, a doença pode desencadear outros problemas de saúde, afetando órgão ou sistema do corpo. "A obesidade não vem sozinha. A gente pode pensar: 'Ah mas ele é pequeno'...  Temos visto o crescimento de doenças crônicas que não víamos em crianças. Era muito raro uma criança com gordura no fígado, pressão alta, consequências já conhecidas nos adultos", destacou Cintia Cercato.
Principais problemas relacionados a obesidade mórbida:

- Diabetes

- Colesterol alto

- Hipertensão

- Depressão

O caminho é a prevenção

Segundo a endocrinologista, uma criança com obesidade tem chances grandes de ser tornar um adolescentee, por sua vez, um adulto obeso. "Se você consegue melhorar a questão do peso na infância, você pode mudar essa história", afirmou. O primeiro passo para isso, ainda de acordo com a profissional, é a prevenção.
"Primeiro passo é identificar que a criança está acima do peso. Essa é a maior dificuldade dos pais. Normalmente, eles identificam quando os filhos já estão muito obesos. Eles não dão muita bola. É interessante observar", ressaltou.
Uma vez que identificada, a busca por profissionais de saúde é primordial para acompanhar a criança, que também tem o seu tempo para compreender as mudanças de hábito associadas ao seu próprio bem-estar. Nesse sentindo, o foco na alimentaçãosaudável tem que ser priorizado, segundo Cintia. 
Algumas sugestões, apontadas pela especialista, é incluir as crianças na cozinha, fazendo com que a atividade se torno uma oportunidade para estreitar laços e reunir a família. Outra coisa que ajuda, são brincadeiras e atividades físicas mesmo dentro de casa, como pular corda ou pular elástico.

Assista à entrevista completa de Roberta Manreza com Cintia Cercato, da Abeso:

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