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Outubro Rosa: Cintia amamentou a filha com um seio só depois de superar câncer de mama

Roberta Manreza Publicado em 19/10/2015, às 00h00 - Atualizado às 09h38

Imagem Outubro Rosa: Cintia amamentou a filha com um seio só depois de superar câncer de mama
19 de outubro de 2015


Ela descobriu a doença durante a primeira gravidez e, em poucas semanas, perdeu o bebê. Depois do tratamento, Cintia engravidou novamente e nasceu Alice, que foi amamentada em um seio só. Confira o relato

Por Juliana Malacarne – Revista Crescer

Cintia amamentando Alice (Foto: Arquivo Pessoal)

Cintia amamentando Alice (Foto: Arquivo Pessoal)

Outubro Rosa é um movimento criado para conscientizar as pessoas sobre o câncer de mama. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer, o Inca, o câncer de mama responde por cerca de 25% dos casos novos de câncer entre as mulheres no mundo e no

Por conta da alta incidência e dos riscos de danos graves à saúde, é sempre importante se manter alerta aos sinais da doença. Fazer exames de palpação do seio em busca de nódulos ou alterações na mama e realizar as mamografias orientadas pelo médico são atitudes essenciais para uma detecção precoce da doença e maior chance de sucesso no tratamento.

Cintia Sevaux é uma das muitas mulheres que enfrentaram o câncer de mama. Ela descobriu a doença durante a primeira gestação. Aqui, ela fala sobre a experiência que viveu ao ser diagnosticada e depois amamentar sua filha.

Conheça essa história:

“Descobri o câncer de mama quando estava na minha primeira gestação. Eu tinha 32 anos. Nunca imaginei que pudesse ter a doença, pois não tinha ninguém na minha família com esse histórico. Eu sentia o nódulo quando tomava banho, mas achava que era uma mudança gerada pela gravidez. Quando fui fazer o pré-natal o médico percebeu o nódulo bem atrás do meu mamilo e achou melhor investigar. Depois de retirá-lo, descobriram que era câncer.

Precisei fazer outra cirurgia para retirar o quadrante central da mama onde o câncer havia se instalado. A única maneira de começar o tratamento com quimioterapia e radioterapia era fazer um aborto. Mas eu já tinha decidido que não faria. Preferia não me tratar a abortar. Porém, tive um aborto espontâneo antes de completar o terceiro mês de gestação. Então, comecei o tratamento normalmente.

Por causa da minha idade, fiquei preocupada em não conseguir engravidar novamente, então fui atrás do congelamento de óvulos. Nas clínicas particulares, o custo era muito alto. Foi então que descobri o hospital Pérola Byington, onde eles congelam óvulos através do SUS para pacientes com câncer. Fui muito bem atendida e saber que meus óvulos estavam lá me deixou tranquila para fazer o tratamento, sem me preocupar com o relógio biológico.

Depois disso, o tratamento foi tranquilo. Minha parte psicológica estava boa. Depois do choque inicial, percebi que não dava para ficar em casa chorando. Era preciso viver um dia por vez e aprendi que tudo passa. Criei um blog em que compartilhei minhas experiências, o que também ajudou bastante.

Quando completei 35 anos e já havia terminado o tratamento há quase dois, minha médica disse que eu poderia tentar engravidar novamente. Fiquei grávida da Alice em julho de 2014. Tive muito medo de não poder amamentar porque essa sempre foi uma vontade minha. Era o que eu mais queria. Sabia que com a mama operada não seria possível, então, quando minha filha nasceu, procurei a orientação de enfermeiras e de funcionários do banco de leite para saber como amamentar com apenas um seio.

A Alice nasceu prematura, de sete meses, pesando pouco mais de 1 kg. Ela passou 40 dias na UTI, então, precisei ficar tirando leite para dar para ela por um bom tempo, para não perder o estímulo. Uma semana antes de ela deixar o hospital, já com 1,8 kg, começou a mamar no peito. Fiquei muito feliz. Sempre precisei complementar com fórmula, porque além da Alice ter pouco peso, ela se cansava muito rápido na hora de mamar. Fomos até o quinto mês. Mas, para mim, já foi uma vitória. Hoje em dia, ela é super saudável e sei que contribuí para fortalecer a imunidade dela com o meu leite”.

Cintia Sevaux, médica veterinária e mãe de Alice, 8 meses

Cintia e Alice (Foto: Arquivo Pessoal)

Cintia e Alice (Foto: Arquivo Pessoal)

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