20 de dezembro de 2010
A Educação Financeira não se resume apenas a ensinar a poupar. As crianças precisam aprender também a como gastar o dinheiro de forma consciente. O dinheiro tem uma função e é preciso ter objetivos para gastá-lo, conforme pudemos aprender com os especialistas presentes no programa deste último domingo: o economista Fabiano Calil, criador do projeto “Clínica Financeira”, que atende gratuitamente 2.000 pessoas desde 2002, em 12 Estados brasileiros, e Reinaldo Domingos, terapeuta financeiro e presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira, o qual oferece uma série de produtos e serviços sob medida para pessoas, empresas e instituições de ensino interessadas em ampliar e consolidar o conhecimento sobre educação financeira. Conversamos também com as mamães Cilda, Kátia e Thaís, além de suas filhas, que compartilharam conosco suas experiências e dúvidas, e tiveram a oportunidade de receber conselhos dos especialistas entrevistados.A mesada é uma questão que divide muitos pais. Muitos não sabem se é correto dar, com que idade começar a dar ou qual o valor. Neste caso, trata-se de uma opção dos pais, que depende muito da condição financeira da família. Mas a idéia principal da mesada é ensinar a criança a administrar desde cedo o seu orçamento. Por isto, de nada adianta simplesmente dar mesada, é preciso que os pais orientem seus filhos de como utilizá-la.
Um estudo da UNICAMP com mais de 400 estudantes entre 8 e 14 anos mostrou que os pais falham ao orientar os gastos dos filhos. 95% dos entrevistados disseram ganhar dinheiro dos pais com frequência, mas menos da metade recebe orientação sobre como gastá-lo. Mas a tarefa de ensinar os pequenos a lidar com o dinheiro não é exclusiva dos pais. A escola também precisa participar. Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, a educação financeira faz parte do currículo escolar de mais de 60 países. No Brasil, algumas escolas já estão dando os primeiros passos, conforme conferimos na reportagem de Rosângela Santos, exibida durante o programa.É importante que a criança saiba diferenciar o caro do barato, aprenda a poupar e esperar a melhor hora de comprar. Porém, a falta de informação ainda é grande. Só para se ter uma idéia, segundo o IBGE, 8% dos jovens de 18 a 20 anos, no Brasil, possuem dívidas. A pesquisa encomendada pela Associação Comercial de São Paulo apontou ainda que 2,4 milhões de brasileiros entre 15 e 24 anos estão endividados. O grande problema costuma ser o mau uso do cartão de crédito, que oferece a opção de parcelar as compras em várias vezes, dando uma falsa impressão de não estarmos gastando muito. Outro vilão é o chamado “limite” do cheque especial.
Felizmente, para quem tem interesse, boas dicas não faltam. Para as crianças, por exemplo, existem clássicos da literatura infantil como “a cigarra e a formiga”, que mostram a importância do planejamento e da poupança. Existem ainda jogos de tabuleiro que ensinam o que é comprar, vender e como lucrar. A BM&FBOVESPA lançou um programa de educação financeira para crianças em seu site, com vídeos, jogos e histórias em quadrinhos. O endereço é
http://www.turmadabolsa.com.br/. E o Banco Central do Brasil promove palestras de educação financeira para universitários, mantendo um site com dicas para o público infantojuvenil. O site do Projeto BC Jovem é o
www.bcb.gov.br/bcjovem. Para finalizar, nossos convidados, que participaram do chat após o programa, deixaram alguns conselhos para quem está entrando no mercado de trabalho agora e não sabe bem o que fazer com seu primeiro salário. O economista Fabiano Calil aconselha que se conte apenas com 80% do salário, ou seja, se economize sempre 20% para os desejos e sonhos futuros. Já o terapeuta financeiro Reinaldo Domingos sugere 4 passos para quem deseja se tornar um jovem educado financeiramente: 1- fazer um diagnóstico financeiro, sabendo exatamente o quanto vai ganhar líquido, o que pretende gastar, ou seja, saber para onde irá cada centavo do dinheiro ganho; 2- estabelecer sonhos de curto, médio e longo prazo, lembrando que sonhos têm preço, o quanto vai ser preciso guardar por mês e por quanto tempo; 3- elaborar um orçamento financeiro, priorizando antes das despesas os sonhos (o orçamento serve para visualizar o dinheiro que entra e o dinheiro que sai); 4- poupar parte do dinheiro, nunca deixando de reservar dinheiro para os sonhos. Segundo ele “dinheiro é para ser respeitado, não aceita desaforo!”Bem, este foi um breve resumo do nosso papo deste último domingo. Esperamos que nossas dicas tenham sido úteis. Para maiores informações, acessem o site de nossos convidados:Fabiano Calil, economista –
http://www.fabianocalil.com.br/, e-mail:
[email protected] Domingos, terapeuta financeiro –
http://www.dsop.com.br/, e-mail:
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DICA DE HOJEhttp://www.institutomensageiros.org.br/