Roberta Manreza Publicado em 14/12/2015, às 00h00 - Atualizado às 08h51
Foram testadas 10 marcas de repelentes disponíveis no mercado e a maioria dos produtos analisados protegem menos do que prometem.
Os repelentes são bastante usados na forma de nos protegermos de mosquitos e tendem a ser mais procurados em épocas de epidemia de dengue e também por quem viaja para regiões como praias, campo e mata fechada. Diferente do último teste realizado pela PROTESTE em 2010, os resultados atuais não foram satisfatórios.
Avaliamos se os repelentes funcionam
Para avaliar a eficácia e segurança que os repelentes oferecem, testamos 10 marcas disponíveis no mercado sendo 5 amostras voltadas para o uso adulto/família (Exposis Extreme, Moskitoff, Super Repelex, Off!, Xô inseto!) e 5 amostras voltadas para o uso infantil (Johnson’s, Off, Super Repelex, Huggies, Turma da Mônica, Xô inseto!), além de 2 aplicativos para smartphones.
Verificamos a proteção em horas contra as espécies de mosquitos Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus, a veracidade das informações do rótulo e se a composição dos produtos apresenta risco de causar alergias ou efeitos adversos a longo prazo.
Proteção em horas difere da realidade
Todos as marcas estão de acordo com a legislação no que diz respeito à rotulagem obrigatória de produtos cosméticos, porém, identificamos que alguns produtos estavam com o rótulo ilegível, o que dificulta ao consumidor ter plena compreensão das informações contidas.
Além disso, a maioria das marcas não entrega a proteção (em horas) descrita em seus rótulos. Dentre os produtos para uso familiar a marca Exposis por exemplo, teve o melhor desemprenho no teste de eficácia, protegendo por quase 3 horas contra o mosquito da dengue, apesar de estar bem distante das 10 horas prometidas no seu rótulo.
Apenas o Moskitoff apresentou resultados de acordo com o rotulado. Os produtos Off ! e Xô Inseto também se aproximaram das horas descritas. Dentre os produtos de uso infantil, apenas o Off! Kids se aproxima do tempo de proteção prometido no rótulo. Já o “Turma da Mônica”, apresentou o pior resultado no quesito “proteção”.
Com relação aos dois aplicativos para celular testados, nenhuma atividade repelente foi observada, portanto seu uso é desaconselhado.
Pouca proteção contra mosquito da Dengue e risco de alergia
As marcas Super Repelex, Xô Inseto e Moskitoff foram eficazes contra a espécie Culex, mas não tiveram o desempenho esperado contra a espécie Aedes, ou seja, apresentam curta proteção contra a dengue.
Os produtos de uso infantil também não apresentaram bom desempenho na proteção contra o mosquito Aedes. Já com relação a outra espécie analisada, os produtos Johnson’s Baby e Xô Inseto Kids foram eficazes. Apenas o produto Exposis demonstrou eficácia na proteção contra ambas as espécies de mosquito testadas (Aedes Aegypti e Culex).
Quanto a possibilidade de causarem reações alérgicas, nos produtos infantis, todas os marcas apresentam risco de reações adversas nas primeiras 24 horas. Os piores resultados ficaram com os produtos Super Repelex e Xô Inseto Kids. O Produto Turma da Mônica não pôde ter o risco da exposição (aguda e crônica) avaliado porque não traz no rótulo a concentração do ativo repelente IR3535.
De maneira geral, pode-se dizer que os produtos testados conferem proteção, porém, a maioria de curta duração. Como nenhum produto apresentou os resultados esperados, não há indicação de “Melhor do Teste” nem “Escolha Certa”.
A PROTESTE reivindica melhoria na qualidade dos repelentes
Pelas irregularidades constatadas no teste e diante da gravidade do avanço da epidemia de dengue no país, enviamos os resultados aos fornecedores, requerendo as providências a seguir:
Caso as empresas não se adequem, a PROTESTE encaminhará o caso à Vigilância Sanitária para as providências no âmbito administrativo e regulatório.
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