Roberta Manreza Publicado em 11/10/2018, às 00h00
Por Mariana Kotscho*
Ao ler textos sobre o desenvolvimento das crianças, ao conversar com especialistas e outras mães, chego a ficar confusa. De um lado, falam sobre infantilização. De outro, sobre adultização. E no meio disso tudo existe algo sagrado: a infância.
Sinto que muito se analisa. Análises se tornam regras e daí passam a enquadrar as crianças dentro de um padrão e passam a cobrar delas que sigam este padrão. Isso tira da garotada a liberdade de exercer sua própria personalidade, de “crescer” de acordo com seu próprio ritmo. Ora, não vamos generalizar desta maneira nossas crianças!
O indivíduo precisa ser respeitado enquanto “ser único”. Como mãe de 3 filhos, noto bem como o desenvolvimento se dá de maneiras diferentes com cada um.
Outro dia, ouvi um comentário (de uma adulta) sobre uma criança. “Ela é muito infantilizada”. A criança de quem ela falava tinha 8 anos. Então eu respondi: “Mas, aos 8 anos, devemos esperar que ela não seja infantil?”.
Será que já se espera de uma criança de 8 anos que ela não haja mais como uma criança? Afinal, não se diz que quanto mais prolongarmos a infância, melhor? Mais cedo ou mais tarde serão todos adultos mesmo – é um caminho sem volta – então que o curto período da infância possa ser estendido ao máximo! Estendido e entendido…
Então vamos lá, de dia das crianças, vamos deixar nossas crianças serem, simplesmente, crianças! E nada de antecipar a vida adulta!
Dica: Assista ao Papo de Mãe especial Dia das Crianças sobre Brincadeiras Antigas
* Mariana Kotscho é mãe, jornalista, apresentadora do Programa Papo de Mãe da TV Brasil e colunista do Portal Papo de Mãe.