pmadmin Publicado em 02/08/2016, às 00h00 - Atualizado em 04/08/2016, às 17h09
Por mais que tenha evoluído, a tecnologia utilizada pelo homem no que concerne à nutrição, seja na preparação ou na adequação dos alimentos, ainda não conseguiu criar um leite para a nutrição do lactente que ao menos se aproxime do leite materno. Isso porque o leite materno começa a ser preparado no corpo da mãe, já no início da gestação, e vem progressivamente se adaptando para ser o alimento ideal daquele bebê que está em formação, não necessitando de nenhuma tentativa de adequação artificial.
Várias são as razões para se insistir na oferta do leite materno ao seu bebê. Saiba quais são elas:
– Alimento nutritivo: apresenta a concentração ideal de proteínas de fácil digestão. O açúcar do leite materno é a lactose (e não a sacarose), o que evita maior fermentação e a formação de gases, que é potencial causador das cólicas do recém-nascido. As gorduras do leite materno também são as ideais para o crescimento saudável do bebê e, principalmente, na formação do tecido nervoso, levando a um desenvolvimento neurológico perfeito;
– Alimento imunológico: durante toda a lactação, especialmente nos primeiros dez dias de vida do bebê – através da congestão do colostro, o leite materno tem alta concentração de anticorpos, agentes que inibem o desenvolvimento de vírus e bactérias, combatendo praticamente todos os germes com que a mãe já tenha tido contato e protegendo o bebê de muitas das moléstias infecciosas que possam agredi-lo nesse difícil início de vida;
– Alimento psicológico: reconhece-se cada vez mais a importância do contato físico mãe-bebê, sobretudo nos primeiros meses de vida, na formação de um bebê psicologicamente saudável e satisfeito nas suas necessidades psicológicas básicas. Isso pode ser conseguido apenas com essa relação de afeto, por meio do contato físico e da sucção do seio materno;
– Alimento antialérgico: estudos recentes demonstram que a maior causa das alergias dos lactentes é o leite de vaca, principalmente se for oferecido nos primeiros 6 meses de vida. Entre as inúmeras doenças alérgicas provocadas pelo leite de vaca estão a asma brônquica, a doença do bebê “chiador”, as rinites, as diarreias alérgicas e as dermatites (de fraldas ou outras dermatites atópicas) – em especial quando o bebê apresenta antecedentes familiares de alergias.
Desse modo, conclui-se que o leite materno é o ideal para o bebê no início de sua vida, sendo na realidade insubstituível. Deve-se evitar qualquer outro tipo de leite, animal ou vegetal, que servirá apenas como substituto na impossibilidade de se dar o leite materno. Contudo, essa impossibilidade pode ser prevenida por meio de treinamento e orientação, para que a mãe compreenda as nuanças da amamentação.
*Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros é médico pediatra. Participou como especialista convidado do Papo de Mãe sobre a Saúde do Recém-nascido, exibido em 29.08.2012.
Dica: Assista ao Papo de Mãe sobre Recém-Nascido