Na semana em que foi comemorado o Dia Internacional do Combate ao Câncer Infantil, a reflexão é traz à tona a necessidade falar sobre diagnóstico precoce
Ana Beatriz Gonçalves* Publicado em 19/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h10
O câncer infantil ainda registra um número elevado de mortes de crianças e adolescentes no Brasil. Segundo dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o país tem cerca de oito mil novos casos por ano, e a doença representa a primeira causa de morte na faixa etária de zero a 19 anos.
Acredita-se também, de acordo com a pesquisa, que entre 2020 e 2022, ou seja, no próximo ano, o número de novos casos de câncer infantojuvenil pode atingir mais de 4,3 mil meninos e 4,1 mil meninas. Por isso, o combate ao câncer e a visibilidade ao diagnóstico precoce se tornam bandeiras necessárias, mobilizadas na maioria das vezes por profissionais da saúde e pais e mães que conhecem ou conheceram a dor de perto.
No Brasil, a data que propõe levar a conscientização sobre o câncer infantil é tradicionalmente comemorada no dia 27 de novembro, segundo consta na portaria do Ministério da Saúde. No entanto, esta não é a única data em que a luta é lembrada. No último dia 15 de fevereiro, segunda-feira, foi celebrado o Dia Internacional do Combate ao Câncer Infantil.
O cenário mundial não difere tanto das estáticas brasileiras. A Organização Mundial da Sáude (OMS) possui projeções alarmantes sobre o tema. Segundo eles, em 2040 o número de casos de câncer pode chegar em 29 milhões. Com isso, incentivar o diálogo, o acesso à informação e influenciar os governos, se torna uma realidade cada vez mais necessária, embora nem todos tenham relação ou proximidade afetiva com a causa.
Falar sobre o combate ao câncer infantil sem citar o diagnóstico precoce é praticamente impossível. Isso porque este aumenta 80% a chance de cura de uma criança enfrenta um câncer, seja ela Leucemia, Tumor do Sistema Nervoso Central ou Linfomas. No hospital GRAACC, em São Paulo, a taxa média de cura chega a 70%, índice semelhante aos de grandes centros médicos nos Estados Unidos e na Europa.
“Faz toda diferença”. Em síntese, essa é a orientação da maioria dos médicos especialistas na área sobre o diagnóstico precoce do câncer infantil. Em sua participação no programa Momento Papo de Mãe, na TV Cultura, há um ano, a Dra. oncologista pediátrica, Alessandra Azambuja, explicou como realizar tal diagnóstico, comprovadamente eficaz na cura da doença.
De acordo com Azambuja, tudo começa com o alerta: “O diagnóstico é feito dependendo do tipo de câncer, mas o que a gente sempre faz é falar sobre os sinais de alerta aos pais, algumas crianças têm sintomas associados a quedas e dores”, afirmou.
O diagnóstico precoce, portanto, começa em casa.
Todos os sintomas acima possuem alguma ligação com o diagnóstico com o câncer infantil. Mesmo que muitos deles se assemelhem às várias doenças infantis comuns, é importante notar que quando se trata da doença, eles não desaparecerem em um prazo de 7 a 10 dias.
A recomendação é procurar um profissional da saúde e investigar com exames laboratoriais ou radiológicos. Para o diagnóstico, a Dra. Alessandra Azambuja aponta o exame de sangue e imagem como os principais para detectar uma anormalidade no sistema imunológico. No entanto, em alguns casos a biópsia também pode ser solicitada.
O câncer infantil pode corresponder a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Isso significa que existem milhares de diagnósticos da doença.
Diferentemente dos adultos, crianças e adolescentes não desenvolvem o quadro com o passar dos anos. A medicina define como “tumores embrionários”, isto é, eles podem ser encontrados em células primitivas. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).
Fonte: Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde*
*Ana Beatriz Gonçalves é jornalista
Uso de anticoncepcional pode aumentar risco de câncer de mama em algumas mulheres: acompanhamento médico é fundamental
Câncer de útero e a queda de exames preventivos na pandemia
Podcast: Prevenção do câncer de mama o ano todo
Novembro Azul: Homens, que tal deixar as piadas de lado e cuidar da saúde?
Mamografias caem 46,4% na rede privada durante a pandemia