Seguindo as recomendações do Ministério da Saúde, poderemos mudar o curso esperado dessa pandemia no Brasil, adotando, desse cedo, medidas protetoras e de contenção. Não são férias. É uma quarentena. Ficar em casa, recolhido, em família, protegendo todos, mas essencialmente os mais vulneráveis.
Dr. Moises Chencinski* Publicado em 18/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 09h53
Por ser um coronavírus novo (há outros que já circulam entre nós, mas sem as mesmas características), ninguém está naturalmente protegido contra ele e não existem nem vacinas e nenhum tratamento milagroso que aumente a imunidade geral ou específica em relação ao vírus.
Devemos tomar muito cuidado com as “falsas promessas” que estão circulando pelas redes sociais e grupos de WhatsApp:
Não. Não existe soro preparado que aumente a imunidade contra o vírus. Não. Não existem nem preparados vitamínicos ou dieta específica contra o vírus. Não. Não existe nenhum tratamento homeopático ou fitoterápico contra o vírus.
O que funciona é INFORMAÇÃO e AÇÃO. O que funciona é PREVENÇÃO e (o nome do momento) CONTENÇÃO. O que funciona é RESPONSABILIDADE e SOLIDARIEDADE.
Muita cautela com as informações de pessoas, até muito conhecidas, que estão tentando fazer com que outros acreditem que a situação não é tão real ou importante.
Não. Coronavírus não é um simples resfriado ou uma gripe. Não. Coronavírus não é uma manobra política ou econômica. Não. Coronavírus não é uma invenção da mídia. Coronavírus existe, se espalha e pode matar.
Crianças podem pegar a doença, podem transmitir, mas são um dos grupos de menor risco e sem relato de morte (um caso referido na China, com 14 anos). Os grupos de maior risco são os idosos (especialmente acima de 70 anos) e pessoas com doenças crônicas (cardiopatias, imunodeficiências, hipertensão, câncer).
As recomendações de contenção orientadas pelas sociedades (Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Infectologia, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia ) e órgãos oficiais (Ministério da Saúde, OMS e o nosso Sistema Único de Saúde) devem ser seguidas à risca: lavar as mãos, não beijar, não apertar as mãos, não abraçar, uso de álcool gel e providências como: lavar mais ainda as mãos, não sair correndo para estocar alimentos e evitar pânico e alarmismo, são muito importantes.
A experiência que o mundo tem com o coronavírus tem ensinado um pouco sobre seu comportamento e mostrado caminhos para conter a sua evolução, na tentativa de controlar as taxas de doença grave e morte, não totalmente, mas evitando altos picos da epidemia, como ocorreu na China e agora na Itália e Espanha.
Seguindo as recomendações do Ministério da Saúde, poderemos mudar o curso esperado dessa pandemia no Brasil, adotando, desse cedo, medidas protetoras e de contenção. Não são férias. É uma quarentena. Ficar em casa, recolhido, em família, protegendo todos, mas essencialmente os mais vulneráveis.
Quanto mais cedo nos distanciarmos fisicamente, mais cedo poderemos nos abraçar.
* Dr. Moises Chencinski* é pediatra e homeopata formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com título de especialista em pediatria pela Associação Médica Brasileira (AMB). Formado pelo CEPAH – Centro de Pesquisa e Aperfeiçoamento em Homeopatia com título de especialista em homeopatiapela Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB). Presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo (2016 / 2019). Membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Autor dos livros HOMEOPATIA mais simples que parece e GERAR E NASCER um canto de amor e aconchego. Editor responsável pela revista Doses Mínimas, sobre homeopatia. Editor do Blog Pediatra Orienta da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Autor do blog Eu apoio Leite Materno. https://www.doutormoises.com.br/institucional/quem-somos.aspx