Segundo pesquisa, óbitos e internações diminuíram no primeiro ano da pandemia, mas casos de intoxicação, afogamento e sufocação cresceram
Redação Papo de Mãe Publicado em 29/06/2021, às 19h14
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Quando se trata de criança, toda atenção ainda é pouca. Segundo dados do Datasus, do Ministério da Saúde, os acidentes são as principais causas de mortes de crianças de 1 a 14 anos. Pesquisa divulgada hoje pela ONG Aldeias Infantis SOS Brasil mostra que diariamente 8 vidas são perdidas, e 288 crianças são internadas por causas acidentais no Brasil.
O cenário provocado pela pandemia da Covid-19, no entanto, surpreendeu os especialistas que trabalham com o tema. Isso porque em comparação aos anos anteriores, em 2020 houve uma redução de 7% no número de internações. Apesar disso, alguns casos específicos como intoxicação, afogamento e sufocação, cresceram. Em relação aos óbitos, o número reduziu 4,6% em 2019.
"É um grande impacto na vida das famílias, levando-se em conta, principalmente, que a maioria dos acidentes poderia ser evitada com medidas de proteção e maior prevenção", afirma a coordenadora geral do Instituto Bem Cuidar, Erika Tonelli.
Desde 1967 no cuidado de crianças, jovens e adolescentes, a Aldeias Infantis SOS Brasil, que recebeu a transferência do legado da ONG Criança Segura, traz dados e conhecimentos fornecidos pelo Instituto Bem Cuidar.
Entre janeiro e dezembro de 2020, 105.060 crianças de até 14 anos foram hospitalizadas em decorrência de acidentes.
Todas essas apresentaram diminuição quando comparadas a 2019. Na contramão, os casos de intoxicação, afogamento e sufocação cresceram 8%, 7% e 6%, respectivamente.
Erika Tonelli aponta que o fato dos números não terem disparado é algo a se destacar, já que as crianças passaram a ficar mais em casa, expostas aos perigos domésticos como a cozinha, ambiente bastante perigoso. Segundo ela, informações sobre segurança e proteção das crianças contribuíram para a diminuição dos números.
Isso não deve ser justificativa para diminuir a atenção com as crianças, principalmente em relação aos acidentes que registraram alta; e, pelo contrário, a proteção e a prevenção devem ser prioridades".(E.T.)
Confira abaixo a lista detalhada com base nos dados disponibilizados pelo Datasus/ONG Criança Segura 2019 e 2020 e a Análise Criança Segura 2021.
O trânsito continua sendo a principal causa acidental de morte, representando 29% do total, seguido por afogamento (26%) e sufocação (25%). Comparando com 2018, o número de óbitos por acidentes recuou 4,6%, sendo que as maiores reduções registradas foram nos casos de intoxicação (-32,2%), armas de fogo (-15,8%), queimadura (-10,5%) e trânsito (-9,2%).
Os dois tipos de acidentes que aumentaram no período foram queda (+1,9%), depois de uma redução de 15,5% entre 2017 e 2018, e sufocação (+1,3%), pelo segundo ano consecutivo (+1,8% em 2018).
Quando se trata de faixa etária, o período da Primeira Infância (do 0 aos 4 anos) concentra a maior taxa de mortalidade por acidentes (54%).