Em tempos de pandemia, o cursinho aderiu ao ensino remoto. O Papo de Mãe conversou com o Diretor Educacional Regional da Academia Filadd Brasil sobre cursos on-line
Ana Beatriz Gonçalves* Publicado em 11/08/2021, às 18h22
A época de prestar vestibular não é fácil, e em tempos de pandemia que o diga. Desde o ano passado, milhares de jovens tiveram que readaptar os planos para ingressar em uma universidade. Dados do último Censo do Inep mostram que 9.374.647 estudantes estão matriculados em modalidade de estudo virtual no Brasil, incluindo os cursinhos (curso preparatório pré-vestibular).
Bruno Ferrari, Diretor Educacional Regional da Academia Filadd Brasil, afirma ao Papo de Mãe que de fato a pandemia redefiniu os rumos de todas as instituições de ensino e da própria relação da sociedade com a educação. No entanto, a Instituição surgiu antes desse momento - em que o ensino à distância (EAD) passou a ser primordial.
"A gente nasceu como uma startup educacional, desenvolvendo uma plataforma com inteligência artificial que possibilitava aos estudantes o compartilhamento de conteúdos de qualidade e o aumento no seu rendimento nos estudos, na Universidade de Córdoba, Argentina. Com o crescimento da quantidade de alunos que nos procuravam, passamos a oferecer cursos preparatórios altamente especializados nos exames de acesso a todas as universidades argentinas", conta.
Recém-chegado no Brasil, o cursinho, que já conta com cerca de 500 mil estudantes e mais de 300 professores entre todas as equipes internacionais, tem o intuito de oferecer a todos os alunos que estão estudando para o ENEM e os vestibulares um preparatório completo e individualizado, segundo explica o entrevistado. "Combinamos as tecnologias de inteligência com um acompanhamento humano, acolhedor, individual a cada um dos nossos alunos, orientando a todos, um a um", completa.
Apesar de estarem no mercado do EAD há mais tempo, Bruno Ferrari conta que assim como as outras instituições, tiveram que se readequar por conta da pandemia da Covid-19. "Ninguém estava preparado para a pandemia, e todos nós, educadores, demos o nosso melhor. Para nós, da Academia Filadd, foi um momento muito intenso, tanto de aprimoramento das nossas tecnologias, como de partilha de soluções com a sociedade, como de acolhimento a muitos alunos que buscaram o nosso apoio".
Não é fácil lidar com todos os medos e anseios na fase de vestibular. A vontade de ingressar em um curso, que pode ou não determinar a trajetória profissional, é algo que sempre foi falado. E para o Diretor Educacional Regional da Academia Filadd Brasil, por conta pandemia, isso piorou.
Sentimos que essa pressão aumentou, e a abordagem em que acreditamos é o desenvolvimento da personalidade dos estudantes, através do amadurecimento desses recursos internos de auto-organização, de como lidar com esses sentimentos de forma inteligente, de como caminhar em meio a essas incertezas sem se perderem, encontrando e construindo suas escolhas e sua organização tanto nos estudos como para os seus projetos de vida. Isto é o que trabalhamos nas nossas sessões de Orientação individuais com os estudantes".
Optar por um curso presencial ou à distância não é uma decisão fácil. Para alguns, o EAD pode possibilitar mais flexibilidade e comodidade – de não precisar se locomover, entre outras coisas –, mas também nem sempre funciona.
Apesar de ser uma decisão pessoal, Bruno Ferrari faz um alerta para alguns pontos, como por exemplo, cursos on-line que não ofereçam uma "trilha personalizada" para cada estudante.
"Em um curso presencial, todos os alunos estudam os mesmos conteúdos, da mesma forma e com os mesmos horários. Tudo é igual para todos. Há boas alternativas no mercado nesse sentido, mas são muito mais caras para o aluno e para a família. Cada indivíduo aprende do seu próprio jeito, no seu ritmo, seus horários, e tem suas necessidades que são completamente pessoais. Num curso à distância mais estruturado, que oferece orientação individual aos estudantes e uma trajetória mais personalizada, cada aluno não só aprende no seu ritmo, mas, principalmente, foca o tempo que tem para estudar nos conteúdos que realmente precisa dominar e nas habilidades essenciais que precisa desenvolver", aponta.
Segundo ele, não é possível estudar todos os conteúdos com qualidade, e por isso o EAD oferece uma boa saída, além de um preço mais acessível, aos estudantes que procuram um processo de orientação diferenciado. "Cada aluno tem a sua própria trilha, seu tempo para gastar na matéria em que mais precisa. Acredito que é algo mais eficiente".
Se antes da Covid-19, o EAD era aplicado de forma muito restrita para alguns cursinhos, agora abriu uma grande janela para que as instituições voltadas a este nicho, invistam em educação à distância.
Na opinião de Bruno, a forma on-line ou híbrida deixou de ser a alternativa e passou a ser a forma principal que as escolas e instituições de ensino têm para atender a todos os estudantes de forma mais igualitária, "e ao mesmo tempo contemplando e desenvolvendo as individualidades de cada aluno".
Estas aulas com turmas grandes em que o professor trabalha o todo tempo para ensinar entretendo os alunos podem ser divertidas, mas não funcionam para todos os estudantes, que frequentemente fazem mais de um ano de preparação até se adaptarem ao método do curso. É preciso que o curso se adapte ao aluno, às suas necessidades individuais. Acreditamos que o desenvolvimento individual é o melhor caminho para que se atinjam resultados mais significativos de aprendizagem", finaliza.
*Ana Beatriz Gonçalves é jornalista e repórter do Papo de Mãe
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