Desafios online sustentáveis. EcoGingana é criada para manter a educação ambiental e o engajamento dos alunos no distanciamento social
Beatriz Almeida* Publicado em 03/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h01
A formação ecológica nas escolas, como estabelece a Política Nacional de Educação Ambiental, instituída pela Lei Federal 9.795/1999, é muito importante para que tenhamos sucessivas gerações mais comprometidas com a sustentabilidade e a conservação da natureza e dos recursos naturais.
Esse processo de conscientização a partir do ensino regular tem significativo efeito multiplicador, pois os conceitos acabam sendo levados por numerosos alunos aos seus lares, repercutindo paulatinamente na sociedade.
Apesar dos avanços ocorridos, os desafios relativos à disseminação da responsabilidade ambiental no Brasil ainda são grandes, devido aos problemas econômicos, sociais e do próprio sistema educacional. Por isso, é fundamental redobrar esforços e que cada um procure dar sua contribuição no sentido de que, a partir das famílias e de cada escola, vá se construindo uma consciência ecológica voltada para a sustentabilidade, nos bairros, nas cidades, no País e no contexto global, de modo que tenhamos uma civilização capaz de entender que o ser humano é parte e não senhor da natureza.
Neste momento tão difícil no enfrentamento da Covid-19 no Brasil, o ensino enfrenta dificuldades, pois as aulas remotas, por mais eficazes que sejam, não substituem os ganhos relativos à interação diária entre os alunos e deles com os professores e ao ambiente vivo e dinâmico das escolas. Assim, a educação ambiental também sofre prejuízos. Por isso, alternativas criativas e eficientes precisam ser pensadas para manter os alunos motivados, focados e estimulados a continuar aprendendo.
Visando contribuir para isso, criamos em Bertioga, no Litoral Norte paulista, a EcoGincana, no âmbito do Programa Clorofila de Educação Ambiental, mantido há 29 anos no município pela Sobloco Construtora, e que já atingiu diretamente mais de 20 mil estudantes — e, indiretamente seus familiares —, dos 25 estabelecimentos de ensino estaduais, municipais e particulares com os quais trabalhamos em parceria. Com a nova iniciativa, apresentamos semanalmente desafios online de caráter educativo, mas também lúdico, como a brincadeira do “Detetives da Água”, para detectar vazamentos e desperdício; “Lixo que não é lixo”, para ensinar a separação dos resíduos domésticos; “Comer Comer”; e “Meu corpo, meu primeiro ambiente”, ensinando a importância da alimentação saudável. As atividades são propostas em material ilustrado e divertido, para serem executadas dentro de casa. Como desdobramento, a família inteira vê-se envolvida na tarefa, sendo beneficamente impactada pelos conceitos do Programa.
Nossa proposta surgiu da reflexão de como os educadores poderiam manter o engajamento dos alunos no distanciamento social. O professor ou coordenador pedagógico repassa a missão às distintas classes e recebe dos estudantes os materiais que comprovam o cumprimento da tarefa, em forma de fotos, vídeos ou relatos. Importante lembrar que a EcoGincana não é uma atividade curricular. Dependemos da motivação do professor em propor os desafios aos alunos. Nos surpreendemos com a receptividade, atualmente estamos com mais de 200 alunos participando ativamente da gincana. Assim, aliamo-nos às escolas para adaptar a rotina do ano letivo à quarentena, por meio de uma atividade totalmente aderente aos propósitos do Programa Clorofila e ao desafio de promover a educação ambiental no contexto do ensino regular.
*Beatriz Almeida é diretora-adjunta de Marketing da Sobloco Construtora, empresa responsável pelo Programa Clorofila.
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