Dra. Ligia Santos explica a mastite puerperal, infecção que pode atingir até 10% das mulheres que estão amamentando
Fernanda Fernandes* Publicado em 20/12/2021, às 06h00
A mastite puerperal é uma inflamação das mamas que ocorre no período gravídico puerperal, na fase em que a mulher está amamentando principalmente. A infecção é muito comum e pode atingir até 10% das mulheres que estão amamentando.
Ligia Santos, ginecologista e obstetra, afirma que a mastite puerperal pode acontecer em 3 situações: quando existem mal formações na mama; em casos de primiparidade – sendo assim, mães de primeira viagem tem muito mais chance de adquirir a infecção do que as que já amamentaram outras vezes; e em casos em que ocorre a pega inadequada no momento da amamentação.
A pega inadequada é um grande fator que influencia a mastite puerperal, a doutora explica que quando o bebê mama colocando a boca apenas no mamilo, é muito provável que no processo de sucção ocorram fissuras na mama, e essas fissuras facilitam a entrada de microrganismos. Pensando nisso, em vídeo Ligia explica como fazer a pega correta para não ter consequências futuras.
Essa inflamação pode apresentar sintomas simples como: mama inchada, dolorida, vermelha e mais quente que o normal. Mas existem casos em que a mastite pode se complicar, podendo ocorrer a formação de abscessos (coleção de pus localizada na mama).
Existem diversas formas de tratamento, ele vai depender do tipo de mastite de cada paciente.
Se a mastite for simples o tratamento ocorre em casa por meio de analgésicos e antibióticos. Ligia explica que não precisa ter medo, pois os médicos passam medicamentos que podem ser utilizados no período de amamentação.
Você não precisa suspender a amamentação só porque você está no processo de mastite. Mas claro que se você não está conseguindo amamentar é recomendado que você faça a ordenha, seja manual, com ajuda de aparelhos, mas não deixe a mama ficar cheia” afirma a ginecologista.
Já em casos que a mastite está em um estágio mais complicado, o médico pedirá um exame complementar, como um ultrassom, para verificar o pus e ver se é necessário fazer uma intervenção cirúrgica.
Entre as recomendações citadas por Ligia para prevenir a mastite estão: tomar banho de sol, passar bucha vegetal na mama para tentar fazer que a pele fique mais firme, utilizar cremes cicatrizantes, passar o próprio leite nas fissuras e manter a região sempre limpa.
Além dessas recomendações a ginecologista reforça que uma das principais formas de prevenir é aprender a forma certa da pega do bebê.
Um fator que é importantíssimo é a pega do bebê, então aprenda, se informe para ver como se faz essa pega, como funciona. Hoje existem orientadoras de lactação, doulas, médicos, muitas pessoas podem te ajudar, então não fique em dúvida, peça ajuda”.
*Fernanda Fernandes é repórter do Papo de Mãe
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