Crianças e adolescentes com deficiência intelectual vivem um desafio diário: os estudos à distância
Mariana Kotscho Publicado em 03/12/2020, às 00h00 - Atualizado em 19/01/2021, às 10h44
Atenção: contém vídeo com tradução em libras
A série Inclua Mundo traz desta vez informações sobre a educação de crianças e adolescentes com deficiência intelectual na pandemia. Na reportagem de Carla Lopes há exemplos de famílias que estão passando por isso: os desafios e as diferenças de oportunidade de acesso – principalmente entre alunos de escolas públicas e particulares.
No Brasil, cerca de 6% da população tem alguma deficiência intelectual. Para essas crianças fica mais difícil prestar atenção numa aula on-line e os pais estão muito preocupados com perdas de aprendizado durante este período.
Claudia Costin, especialista na área de educação, chama a atenção para as dificuldades de famílias sem acesso à internet. “Nem todas as famílias têm internet ou condições de ficar supervisionando as crianças”. Ela conta sobre algumas alternativas que as famílias encontram para manter o ensino: pela televisão ou preenchendo livros pedagógicos que depois são enviados para os professores.
Liege Madureira, psicopedagoga, comenta os recursos utilizados para a aprendizagem de crianças com autismo e síndrome de Down, por exemplo. São alunos que precisam de material específico, um material físico, já que existe a dificuldade de concentração nas aulas pelo computador.
Benício, de 6 anos, tem síndrome de Down. A mãe dele, Patricia Monteiro, conta que foi muito difícil para ele fazer aula por ensino remoto e notou uma regressão no filho no começo. A solução foi contratar uma professora particular, algo que, infelizmente, nem todos têm condições de fazer. As escolas e os professores precisariam estar mais bem preparados. Para que a desigualdade na educação não ficasse ainda maior.
“Tem que ser educação de qualidade pra todos e pra cada um”, resume Claudia Costin.
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