Papo de Mãe
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O poder da internet em trazer representatividade para pessoas com deficiência

Como podemos identificar preconceitos e combater termos capacitistas usando a internet?

Thaissa Alvarenga* Publicado em 06/07/2021, às 15h30

A colunista Thaissa Alvarenga e os filhos Chico, Maria Antônia e Maria Clara
A colunista Thaissa Alvarenga e os filhos Chico, Maria Antônia e Maria Clara

O combate à discriminação e bullying principalmente no que se refere às pessoas com deficiência é uma luta em que não há descanso. Não é apenas para proteger nossos filhos, mas sim toda uma sociedade. Precisamos ensinar desde cedo, que não existem pessoas feias ou bonitas; e que este é um conceito relativo e uma construção preconceituosa de valores de um indivíduo que em sua percepção decide o que é belo, o que é normal e o que é aceitável.

Quando ouvimos uma piada que tem como foco uma caraterística de alguém, será que esse alguém acha engraçado?

Em relação a deficiências, isto é muito mais impactante, pois a representatividade delas na mídia em geral, ainda é baixa. Expressões capacitistas saem com naturalidade em diálogos dentro e fora de nossos lares. Vemos na TV, em filmes, em séries de comédia ou em stand-up.

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Mas hoje estamos na era dos MEMES, muito mais rápidos e atingindo milhões de pessoas em minutos. Às vezes passamos o dedo tão rápido na tela do nosso celular, que nem percebemos de fato o que curtimos e compartilhamos.

Do mesmo jeito que a internet pode ser prejudicial, ela pode ter um poder positivo gigante, tudo depende da maneira que a usamos. Conhecida como Pequena Lo, Lorrane Silva se tornou um fenômeno do TikTok e hoje tem mais de 4 milhões de seguidores. A psicóloga e humorista de 1,30 m de altura, tem nos ensinado com muito bom humor sobre respeito, falando de assuntos como família, amigos, infância e relacionamentos em geral.

Ela trouxe a representatividade para pessoas com deficiência, algo que tanto falta em nossa sociedade. Existem muitos canais incríveis onde podemos encontrar conteúdo que abordam deficiências, doenças raras, como não usar rótulos negativos e assim promover um novo olhar para inclusão.

Tenho feito isso por meio do portal Chico e Suas Marias e do trabalho da ONG Nosso Olhar, onde diariamente aprendo o poder que as redes sociais têm para propagar projetos, campanhas e informações a respeito da vida de pessoas com deficiência. Em nossa última ação, vi nascer a cartilha Um Livro, Crianças e Muitas Histórias que têm o propósito de aquecer o coração e tornar o ambiente em que vivemos seja ele online ou não, um lugar agradável e seguro onde todos nós possamos ter liberdade para ser quem somos, com nossa pluralidade e características únicas. Este projeto em parceria com a Ziraldo Artes Produções e o escritor Manuel Filho vai muito além de algumas folhas de papel com histórias. É um meio poderoso para combater o preconceito, o bullying, termos capacitistas e a violência contra pessoas com deficiência.

Eu convido você a fazer parte desta luta para tornar o mundo mais inclusivo, seja dentro ou fora das telas. Que tal começar avaliando melhor o que você lê e assiste nas redes sociais?

*Thaissa Alvarenga, empreendedora social, é criadora da ONG Nosso Olhar, do portal de conteúdo Chico e suas Marias, e do canal Inclua Mundo.

Saiba Mais sobre Capacitismo nesta entrevista do Papo de Mãe

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