É importante que essa mãe se sinta acolhida, querida, respeitada. Afinal de contas, embora haja toda uma família na espectativa pela nova vida que está chegando, a mãe, carrega consigo a incumbência legal e social pelo bem estar do filho e é altamente cobrada pela sociedade caso algo não saia como previsto.
4 de março de 2018
Por Milena Lopes, mãe do Juan
A mãe como indivíduo que passa por mudanças psicobiológicas no pré e pós-parto
Antes do bebê nascer as atenções estão voltadas às mamães, mas o zelo que recebem não deve terminar quando o bebê nasce. Muito ao contrário. É interessante lembrar que para o desenvolvimento psicológico saudável do indivíduo recém-nascido a mãe é fator importante e determinante.
A mãe que acaba de ter seu bebê, pode sofrer com super proteção, mudanças de humor e temperamento repentinos além de uma série de sentimentos que mal sabia ela que poderia ter, isso lidando com o pós-parto: uma micro ou grande cirurgia (em caso de cesária), resguardo, dores, sangramento, desníveis hormonais e tendo a rotina de sono e alimentação alteradas por conta da chegada do bebê. Tudo isso pode desencadear uma cobrança exacerbada da mãe à si mesma, quando ao invés de receber o conforto e cordialidade da família, precisa lidar com transgressões causadas pelos papéis confusos: a nora, vira mãe do neto. A esposa vira mãe do filho. E a filha, sobrinha, tia, e todos os papéis que a mulher possa carregar são sobrepostos por um apenas : mãe.
É importante que essa mãe se sinta acolhida, querida, respeitada. Afinal de contas, embora haja toda uma família na espectativa pela nova vida que está chegando, a mãe, carrega consigo a incumbência legal e social pelo bem estar do filho e é altamente cobrada pela sociedade caso algo não saia como previsto. Além disso, quem mais estaria tão afoita com a chegada do bebê do que a própria pessoa que o gerou? Ver seu rosto, entender seus sinais, senti-lo em suas mãos… Esse é um momento único e os holofotes deverão ser deixados para os principais atores da peça: os pais e o bebê. A família terá toda uma vida para desempenhar seu papel e criar o vínculo necessário, mas nesse primeiro momento deve-se respeitar o elo que os pais tem com o próprio filho, afinal de contas, todos os momentos foram vividos por eles e sentidos na pele pela própria mamãe.
Os entes queridos que se dispuserem a ajudar, podem voltar seus esforços à colocar em dia os afazeres do lar, por exemplo, pois a nova mamãe precisará de um tempo para conciliar a rotina do bebê à sua antiga rotina.
Também será um ato gentil da parte dos mais experientes fazer sugestões e não imposições à maneira como a mãe cuidará de seu filho. Hoje em dia as maternidades dão curso para os pais sobre os principais cuidados com o recém-nascido, então os papais já recebem alta tendo noção dos cuidados básicos que deverão fornecer. Questões como alimentação do pequeno, banho, a decisão sobre o uso da chupeta, cólica e etc, deverão ser abordados de forma não invasiva, pois se a mamãe tiver condições de tomar a frente desses cuidados ela mesma poderá fazer questão de executar estas ações.
É importante ter em mente que a chegada do filho, neto, sobrinho, afilhado, irmão, primo e todos os papéis que o bebê possa ter, não deverá causar outra ação que não a união da família, pois todos estão lutando por um objetivo em comum: que essa criança seja recebida em um lar harmonioso e que possa desfrutar da experiência de estar viva tão surpreendentemente quanto possível; logo, isso se faz com a ajuda de adultos responsáveis pelas consequências de todas as suas ações também no âmbito familiar.