A gravidez costuma ser um período marcado pela alegria, ansiedade e também por inúmeras dúvidas. Com a responsabilidade de gerar uma nova vida, a mulher precisa modificar diversos hábitos, inclusive, na alimentação, o que provoca questionamentos e a possibilidade de vários equívocos. Nessa fase, as futuras mamães precisam estar bem nutridas, já que influenciam de forma profunda e duradoura a saúde do feto, do recém-nascido e da criança até a idade adulta. Conforme a médica nutróloga Cristiane Molon, a alimentação adequada é essencial para a manutenção da placenta e o transporte de nutrientes entre a gestante e o bebê. No primeiro trimestre, por exemplo, é importante priorizar alimentos com maior quantidade de nutrientes, vitaminas e proteínas. Para as náuseas, comuns na etapa inicial da gestação, vale consumir alimentos mais secos, gengibre e chás de erva-doce e camomila. Já nos dois últimos trimestres, segundo a especialista, a criança apresenta ganho de peso e se deve aumentar a ingestão de alimentos nutritivos. “No entanto, é essencial ter cautela na escolha dos alimentos, pois consumir muitos doces, carboidratos e açúcar pode levar ao ganho de peso, inchaço e o desenvolvimento de diabetes gestacional, com riscos para a mãe e o bebê”, explica. Durante a gestação também é fundamental controlar a quantidade de alimento. “Cuidado com a máxima de comer por dois”, enfatiza a nutróloga. Isso porque, segundo ela, não existe liberação no consumo, mas, sim, atenção redobrada para a ingestão de proteínas, como carnes, peixes, ovos e quinoa, e de micronutrientes, como ácido fólico, ferro, vitaminas A, C e B12 e cálcio. O ganho excessivo de peso pode ser prejudicial para o bebê e para a criança anos mais tarde. “Estudos vem mostrando que a saúde do adulto pode ser um reflexo das práticas alimentares às quais ele foi exposto durante a vida intrauterina”, comenta. Além disso, esse exagero na balança associado à má alimentação, complicações gestacionais e exposição a substâncias como cigarro, álcool, drogas são capazes de aumentar a predisposição a algumas doenças na fase adulta. Na lista estão a obesidade, o diabetes, as doenças cardiovasculares e a depressão. DICAS – Inclua no cardápio alimentos variados para evitar a carência de nutrientes específicos; – Diminua o consumo de sal. Substitua-o por especiarias, como alho, alecrim, salsa, açafrão e manjericão; – Ingira líquidos, de preferência, nos intervalos das refeições, evitando a má-digestão. Invista em chás de camomila, erva-doce e cidreira. – Abandone os refrigerantes, sucos industrializados, chá mate e chá preto (estes contêm cafeína e podem diminuir a absorção de ferro). Evite tomar café. Substitua-o pela versão descafeinada ou por chás; – Evite consumir saladas cruas em ambientes suspeitos com a qualidade de higienização; – O hábito de comer doces todos os dias não deve existir. Coma frutas, tome chás com cravo ou canela e faça exercícios físicos para diminuir a vontade de comer doces; – Pare de comer quando se sentir saciada. Não é feio deixar comida no prato! – Fique longe de adoçantes artificiais como aspartame e a sacarina. Estudos mostram que eles exercem efeitos negativos na gestação com reflexos na saúde do bebê; – Consuma alimentos ricos em ômega 3 (truta, sardinha, atum, salmão, semente de linhaça). Os ácidos graxos são importantes para o desenvolvimento neurológico do bebê. – Exponha-se ao sol, pelo menos, por dez minutos ao dia. Assim, é possível aumentar a síntese de vitamina D, importante para a saúde óssea, coração, sistema imunológico e intestinal. *Dra. Cristiane Molon é médica especializada em nutrologia pela UFSC, tem pós-graduação em Prática Ortomolecular e Saúde da Família, além de cursar especialização em Medicina do Esporte. Titulo de especialista em nutrologia pela ABRAN. http://www.cristianemolon.com.br |