Com uma história em quadrinhos, a Associação Brasileira LowCarb quer ensinar às crianças como aderirem a uma alimentação e estilo de vida saudáveis
Maria Cunha* Publicado em 29/09/2021, às 13h15
‘O mistério do açúcar escondido’. Esse é o nome da nova cartilha da Associação Brasileira LowCarb (ABLC), em forma de história em quadrinhos. Idealizadora e CEO do projeto Brasil Low Carb e diretora administrativa da ABLC, Mariana Bastian conta mais sobre a nova cartilha e dá detalhes sobre a alimentação low carb.
"O meu propósito é estar engajada com esse movimento de alimentação saudável, promovendo saúde a toda população e, dentro da ABLC, a gente desenvolve alguns trabalhos voltados para a população em geral. Um deles é a cartilha infantil", conta Mariana Bastian.
A diretora da ABLC explica que a ideia do projeto veio do entendimento que a obesidade infantil já é uma epidemia e que, pela primeira vez na história, ela acompanha a curva do crescimento da obesidade entre os adultos.
"Isso quer dizer que as crianças estão tendo doenças de adultos, desenvolvendo doenças crônicas, diabetes e hipertensão arterial. Assim, se a gente não fizer nada para mudar esse quadro, pela primeira vez na história, iremos ver os nossos filhos morrendo antes de nós mesmos".
Com base nisso, a equipe da Associação Brasileira LowCarb se uniu e pensou em uma maneira lúdica das crianças entenderem um pouco da importância da alimentação saudável e que o problema, principalmente, é o açúcar.
"Então, é uma história curiosa, inteligente e que instiga as crianças a saber mais sobre alimentação. No final dessa cartilha tem algumas receitas que as crianças maiores podem fazer sozinhas e a maioria delas também consegue fazer acompanhada de um adulto", explica Mariana.
O download da cartilha no site é gratuito e, de acordo com a diretora, a ABLC almeja e sonha ter o apoio de instituições públicas e privadas para que possam imprimir a cartilha e divulgar nas escolas. Além disso, a Associação Brasileira LowCarb também desenvolveu um material suplementar para adultos, pais e educadores.
De acordo com Mariana Bastian, a alimentação low carb é uma alimentação com baixo teor de carboidratos, principalmente aqueles carboidratos que não são bons pra saúde, como os alimentos ultraprocessados, ricos em amido, farinha e óleos vegetais, e o açúcar.
"Então, nessa abordagem de uma alimentação saudável infantil, a gente retirando esses alimentos, já é possível ter uma alimentação de qualidade", pontua a diretora da ABLC.
Para Mariana, o grande problema em relação à alimentação low carb ocorre pois existem escolas, pais e responsáveis que acham que estão acertando nas dicas e atitudes, mas na verdade não estão. Isso acontece, segundo a diretora, pelo desconhecimento, que também é causado por muitas instituições que passam informações equivocadas.
Como exemplo, ela traz os sucos de frutas, alimentos ditos como saudáveis, mas que, por serem um concentrado de frutas, são ricos em frutose, metabolizada somente no fígado. Desse modo, muitos sucos acabam causando esteatose hepática, gordura no fígado.
"Uma dose ou um copo de suco para uma criança, até aquele que não é adoçado, como o suco de uva integral, tem um impacto no fígado como o de um copo ou uma dose de vodka, porque o álcool também é metabolizado no fígado e causa o mesmo malefício, só que o suco é tido como saudável".
Em razão disso, Mariana relata que o intuito da cartilha e do material suplementar é dar uma orientação atualizada, pelo maior e melhor nível de evidência científica, para toda a população.
"A importância de uma alimentação e de uma educação saudáveis, desde a infância, é promover a saúde e longevidade para o seu próprio filho. Então, não é porque é pequeno que pode comer, mas é de pequeno que começam os problemas e que se desenvolvem os hábitos", completa.
Para os pais, mães e cuidadores responsáveis pelas crianças, e para quem está preocupado com a própria saúde, as dicas da diretora da ABLC, Mariana Bastian, são:
"O que adoece não é o que a gente faz de vez em quando, mas o que a gente faz todos os dias", conclui Mariana.
*Maria Cunha é repórter do Papo de Mãe