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Cardiopatias congênitas, o que são?

No Dia Nacional da Conscientização da Cardiopatia Congênita, entenda a importância do diagnóstico precoce

Carolina Novaes* Publicado em 12/06/2021, às 00h00

A Cardiopatia Congênita atinge cerca de 29 mil crianças por ano, segundo o Ministério da Saúde.
A Cardiopatia Congênita atinge cerca de 29 mil crianças por ano, segundo o Ministério da Saúde.

Hoje, dia 12 de junho, é o Dia Nacional da Conscientização da Cardiopatia Congênita. A incidência das cardiopatias congênitas é de 8 a 10 por 1.000 nascidos vivos. Portanto, apesar de rara, há muitas crianças com esse tipo de problema. Dados do Ministério da Saúde mostram uma natalidade de 3 milhões de nascidos vivos por ano no Brasil, e  cerca de 29 mil crianças apresentam cardiopatias congênitas. 

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Segundo o Dr. José Cícero Stocco Guilhen, especialista em cirurgia cardiovascular do Hospital e Maternidade Santa Joana e professor do Departamento de Cirurgia da UNIFESP, as causas para as cardiopatias congênitas são multifatoriais: “A maioria das doenças hoje a gente sabe que existem mutações gênicas pontuais aleatórias, ou seja, não são hereditárias necessariamente, mas são pontuais. Um outro grande grupo de cardiopatias está associado às doenças do cromossomo, são alterações em grupos de genes maiores, então existem síndromes, como a Síndrome de Down, que leva a várias malformações e dentre elas, pode ter a má formação cardíaca”, explica. 

Dr. José Cícero Stocco Guilhen
Dr. José Cícero Stocco Guilhen. Foto reprodução

Ainda existem fatores maternos como, diabetes, fenilcetonúria e Lúpus Eritematoso Sistêmico, que são considerados como de maior probabilidade da criança desenvolver uma cardiopatia congênita. “As viroses, doenças infectocontagiosas, e os medicamentos teratogênicos se forem utilizados no primeiro trimestre da gestação podem dar alguma alteração”, conclui o especialista em cirurgia cardiovascular. 

Diagnóstico

O diagnóstico precoce, durante a gravidez, é importante para o planejamento do parto e pode salvar a vida do bebê nas cardiopatias mais complexas. “O ideal hoje é que faça o ultrassom morfológico durante a gestação, que vai avaliar várias alterações no feto, não só no coração”, alerta o Dr. José Cícero, e também afirma que a partir de qualquer identificação sugestiva de alteração no coração da criança, deve ser feito um ecocardiograma fetal, que é um estudo direcionado para o coração do feto. O exame deve ser feito em torno de 22 e 25 semanas de gestação. 

Tratamento 

Para cardiopatias congênitas que são as doenças estruturais do coração, o tratamento é cirúrgico, após o nascimento em 99% dos casos, afirma o cirurgião. “Existem situações pontuais onde pode ser tentado um tratamento intra-útero, pré-natal, mas são exceções”, conclui o Dr. José Cícero. 

Segundo dados do Ministério da Saúde, as cardiopatias congênitas são responsáveis pela segunda maior causa de morte no período neonatal, sendo de extrema importância o diagnóstico precoce para o melhor tratamento possível.

*Carolina Novaes é repórter do Papo de Mãe. 

Assista ao vídeo da pediatra do saúde4kids Ana Laura Kawasaka sobre cardiopatia congênita:

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