Os acidentes com crianças são uma séria questão de saúde pública no Brasil, impactando diariamente a vida de cerca de 300 famílias, que perdem ou internam seus filhos por causas acidentais. Eles são hoje o principal motivo de morte de crianças na faixa etária de 1 a 14 anos.
O mais triste é saber que não se trata de uma fatalidade, ou seja, algo que não possa ser evitado. Pelo contrário, estudos americanos afirmam que medidas simples de prevenção podem evitar até 90% dos acidentes."
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Por isso, hoje, 30 de agosto - Dia Nacional de Prevenção de Acidentes, chamamos a atenção para os cinco acidentes que mais causam mortes infantis e apresentamos orientações importantes de prevenção que, se colocadas em prática, salvam vidas. Confira:
- Sinistro de Trânsito: é a principal causa de morte acidental entre crianças de até 14 anos. Meninos e meninas, quando pedestres e ciclistas, representam 36% desses óbitos. Para prevenção, os adultos devem supervisionar sempre até que a criança demonstre habilidade e capacidade de julgamento do trânsito (indicamos que somente a partir dos 10 anos, elas possam andar desacompanhadas). Segure sempre a mão da criança, de forma firme e pelo pulso, enquanto estiver caminhando na rua. Não permita brincadeiras em locais que não são adequados, como entradas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos. Para o transporte seguro de crianças, confira aqui as orientações!
- Afogamento: é o segundo acidente mais fatal, principalmente na faixa etária entre 1 e 4 anos. Você sabia que os pequenos menores de 4 anos podem se afogar em recipientes com até 2,5 cm de água? Por isso, além dos cuidados com as piscinas, como a proteção com cercas e portão com cadeado ou trava de segurança, atenção com banheiras, bacias e baldes, que devem ser guardados vazios e virados para baixo. E, claro, nunca deixe crianças sozinhas dentro ou perto da água, nem por um segundo!
- Sufocação: terceiro acidente que mais causa mortes, a sufocação é mais letal em menores de 1 ano. A introdução alimentar merece precaução e uma das orientações é não oferecer alimentos redondos e duros, como uva, amendoim ou outras castanhas e cenoura crua, além de cortar os alimentos em pedaços bem pequenos. Também é importante aprender as manobras de desengasgo para saber como agir nesse momento. Tem mais dicas aqui!
- Queimadura: é o quarto acidente que mais mata crianças e o segundo em hospitalização. Um dos ambientes da casa que oferece maior risco é a cozinha, por isso mantenha a garotada longe do fogão e procure cozinhar usando as bocas de trás do fogão e os cabos das panelas virados para dentro. Outro cuidado importante: guarde fósforos, álcool e outros produtos inflamáveis em armários trancados e longe do alcance das crianças.
- Queda: quinto acidente mais letal, é o primeiro em internação de crianças. Para preveni-lo, nunca é demais reforçar: instale grades ou redes de proteção nas janelas, sacadas e mezaninos e use portões de segurança no topo e base das escadas. Clique aqui e veja outras dicas!
Lembre-se
A segurança e proteção de nossas crianças, adolescentes e jovens é uma responsabilidade de todos – pessoas, sociedade e do próprio Estado. Podemos mudar essa realidade com a divulgação de informações, mudanças de comportamento e tornando os entornos mais seguros, além da implantação de políticas públicas. Convido você a participar dessa mudança!
*Erika Tonelli é coordenadora geral do Instituto Bem Cuidar, unidade meio da Aldeias Infantis SOS para gestão do conhecimento e responsável pela continuidade do legado da ONG Criança Segura