Ter uma rotina do sono é um dos principais fatores que colaboram com a saúde, o crescimento e desenvolvimento das crianças. Com o período de férias nem sempre é possível manter os horários regrados, especialmente com viagens em família e mudanças de fuso horário. Nessas ocasiões, é importante ter paciência com o período de adaptação dos pequenos, que podem apresentar irritabilidade e sonolência. Além disso, quanto mais estável a rotina de sono for mantida, mais fácil será a readaptação no período de volta às aulas. Carolina Gambetta Paim, médica do Instituto Brasiliense de Otorrinolaringologia (Iborl), lembra que variações constantes de horário são muito prejudiciais e pouco toleradas pelas crianças. O ideal é que o horário de sono seja igual todos os dias, com variação máxima de uma hora. “Isso vale também para os finais de semana, feriados e período de férias. Dessa forma, a criança terá muito mais disposição e bom humor para aproveitar esses momentos”, afirma Carolina. A rotina dos pequenos Laiuse Aguiar Teles é mãe de Miguel Soares, que frequenta as aulas na educação infantil do Colégio Objetivo, de Águas Claras, Com 2 anos e 3 meses, Miguel estuda no turno vespertino e a mãe conta que não foi fácil readaptar a rotina de sono. “Ainda estamos trabalhando nisso. O Miguel volta dormindo da escola e quer continuar dormindo quando chega em casa. Assim, ele acaba jantando tarde, o que atrapalha toda a nossa rotina em casa”, destaca. O menino entrou para a escola em fevereiro e costuma dormir 13 horas de sono por dia, sendo dez durante a noite e três no soninho da tarde. Quando dorme mal, Lauise conta que o filho se mostra mais irritado e não come direito. Priscilla Martins Mazzeti é coordenadora de educação infantil no Colégio Objetivo e lembra que o sono é fundamental para que a criança tenha uma aprendizagem de qualidade. “O tempo todo essas crianças serão submetidas a algo que nunca vivenciaram, além de novos estímulos. O sono é fundamental para que todas essas experiências sejam transformadas em aprendizado”, afirma Priscilla. A coordenadora lembra que é durante o sono que as crianças solidificam o aprendizado e crianças que não têm noites bem dormidas apresentam dificuldades de aprendizado além de ficarem irritadas, chorosas e com baixo rendimento nas atividades. “Nas salas de educação infantil (1 a 5 anos) temos camas onde as crianças que sentem sono podem cochilar. Crianças com sono não absorvem o conteúdo de maneira eficaz”, destaca. Noites bem dormidas O ritmo para recuperar a rotina de sono pode variar para cada criança mas, geralmente, é necessário pelo menos uma semana para que tudo volte ao normal. A falta de sono pode acarretar irritabilidade e agitação, além de redução das funções cognitivas, piora da inteligência, memória e atenção. Carolina Gambetta lembra ainda que o acúmulo de noites mal dormidas pode retardar o crescimento pôndero-estatural nas crianças. “Há redução da liberação do hormônio GH (responsável pelo crescimento), pois o mesmo é secretado durante estágios profundos do sono de ondas lentas”, lembra. As medidas de higiene do sono são sempre importantes e podem ajudar bastante nesses momentos. Para isso, é importante lembrar de alguns cuidados: Ter horário para dormir e para acordar; manter o quarto como um local tranquilo e utilizado apenas para dormir; evitar celulares, televisões, refeições pesadas e brincadeiras agitadas pelo menos duas horas antes da hora de dormir. É importante criar um ritual de atividades tranquilas que devem ser feitas antes de dormir como: escovar os dentes, massagem, ouvir uma história ou uma música relaxante. Qual a quantidade de sono recomendada para cada período da infância? Recém-nascido: ±15-19 horas distribuídas de dia e de noite igualmente. 12 meses: ±12-13 horas, com predomínio noturno (±9-10h) 3 anos: ± 11-13horas, geralmente noturno com uma soneca à tarde. 5 anos: ± 9-10 horas, geralmente noturno sem soneca à tarde. 12 anos: ± 9-11 horas Adolescente: 9-10 horas. |