Excesso de telas: o psicólogo Damião Silva dá dicas de como ajudar pais e mães nesse período de férias escolares. Qual o perfil do seu filho?
Damião Silva* Publicado em 21/07/2022, às 08h06
Uma geração que já nasceu digital, com inúmeras possibilidades de adquirir conteúdo, autonomia para escolher o que quer ver a qualquer hora. Se formos traçar um paralelo com a infância dos anos 80 e início de 90, podemos dizer que isso era completamente inexistente. Lembro quando torcia para que o próximo desenho da tv aberta fosse o meu preferido ou correr para chegar em casa a tempo de pegar o episódio do Chaves ou da novela Carrossel começando.
Mas essa autonomia tem seu preço e custa caro! As telas são possivelmente as maiores queixas no meu consultório ou mesmo em clínicas pediátricas. Pais e mães aflitos por deixar seus filhos em telas de computador, televisão ou tablets por um período maior que o recomendado pelas sociedades médicas.
E a pandemia? Ah, a pandemia colocou luz em um problema que já tinha a preocupação dos pais e pelo visto piorou em muitos lares. O home office implantado às pressas fez com que famílias encontrassem na tecnologia a única solução viável para entreter as crianças naquele momento dramático e desafiador. Mas esse tempo se estendeu por quase dois anos e além das telas por diversão, chegaram as aulas online, que também levaram uma fatia do tempo de vida das crianças para a frente do computador. O resultado não poderia ser mais devastador: dificuldades de socialização e conexões presenciais, problemas de desenvolvimento escolar, aumento de queixas para doenças cardiovasculares, risco de exposição a conteúdos impróprios, interferências no sono, obesidade, entre outros.
Primeiramente, é preciso estabelecer critérios e combinados!
Tracei aqui 4 tipos de perfis que podem auxiliar pais e familiares na identificação do uso das telas, principalmente em períodos de recesso escolar, quando a criança tem mais tempo livre para desenvolver suas habilidades psicológicas e motoras. Conheça eles:
Mas entendam que todas as dicas acima não são a garantia de que tudo será um sucesso. Sabemos que tirar uma geração que já nasce digital de frente das telas é tarefa árdua, mas é muito importante que os pais reconheçam o comportamento de seus filhos, tentem adotar medidas necessárias para amenizar esse problema e se notar questões mais delicadas como desvio de comportamento, solidão excessiva e falta de motivação, procure ajuda de um profissional imediatamente. Por fim, vale lembrar que crianças aprendem com exemplos, fiquem atentos também ao seu uso de telas e o quanto é de fato necessário estar conectado!
*Damião Silva - Psicólogo / Especialista em Comportamento Infantil
@danpsicologo