Muitos pais se sentem inseguros em levar os filhos pequenos para o restaurante japonês. Muitos acreditam que o cardápio se restringe ao peixe cru e arroz.
Roberta Manreza Publicado em 24/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 13h42
Por Roseli UenoNinomiya*, nutricionista A culinária japonesa é muito rica, porque busca equilíbrio nutricional e harmonia nos pratos Há alguns anos a culinária japonesa era vista como exótica e as pessoas “torciam o nariz” quando olhavam os pratos sendo preparados. A globalização permitiu o acesso à essa refeição e a comida japonesa caiu no gosto do brasileiro. Ela recebeu um toque do tempero brasileiro e hoje a maioria do pessoal que trabalha na cozinha dois restaurantes japoneses não é de origem nipônica e sim brasileiros, principalmente nordestinos.
Alguns exemplos: – missoshiru – sopa a base de misso (pasta de soja fermentada), pode acompanhar cebolinha, algas, “tofu”, vôngole. Além de fornecer proteína vegetal, isoflavonas, é um alimento digestivo e de poucas calorias. – “tofu”- “queijo” de soja pode acompanhar gengibre e cebolinha – teppanyaki – preparação grelhada com legumes e proteína animal (peixe, frango, carne) e/ou vegetal (cogumelos) – sukiyaki – ensopado de verduras e legumes, tofu (“queijo” de soja), cogumelos e pouca quantidade de carne vermelha, muito apreciado no inverno – batayaki – legumes como berinjela, vagem, abobrinha, ervilha torta e outras verduras grelhadas – “gohan” – arroz branco sem tempero ou gordura. O arroz branco é cozido sem óleo ou sal – “mame” – soja verde cozida – vegetais – os legumes e verduras são cozidas “al dente” mantendo a textura e os nutrientes dos vegetais. Ricos em fibras, permite o bom funcionamento dos nutrientes, além de fornecer diversos minerais, vitaminas e antioxidantes. – Peixes (usados fartamente) além de fácil digestão, oferecem os aminoácidos essenciais (aqueles que o organismo não consegue produzir), e algumas variedades apreciadas como o atum e anchova são ricos em ômega 3. – alga marinha como “nori”, “kombu”, “wakame” – não fornecem praticamente calorias, conferem sabor e ajuda na imunidade, fornecem vitamina K que ajuda na circulação sanguínea. – cogumelos como shitake, shimeki, hiratak – “bento” – marmita que as crianças levam para o almoço ou jantar. São sempre coloridos, pouca quantidade e variado diariamente.
O cuidado é evitar o excesso do molho de soja (shoyu) e glutamato monossódico. E como em todo tipo de culinária, evitar ou não exagerar no consumo de preparações ricas em gordura como “tempura” (empanado a base de farinha e água e frito em imersão de óleo), sushis que usam peixe, camarões, vegetais fritos ou sushi empanado e frito. Não exagerar no arroz pois é fonte de carboidratos. Incentivar a criança a comer depende dos hábitos dos adultos. Se o adulto possui alimentação variada e cardápio equilibrado e diversificado, não fica difícil incluir um toque oriental. *Roseli UenoNinomiya é nutricionista formada pela Universidade de São Paulo (USP), pós-graduada em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), especialista em equipe multidisciplinar na Adolescência pela Universidade Federal de São Paulo – Unifesp. Trabalha com crianças e adultos e tem experiência em terapia intensiva, gestantes e nutrizes, obesidade, patologias alimentares em geral e qualidade de vida. É nutricionista da Clínica Mãe. |