Roberta Manreza Publicado em 16/12/2015, às 00h00 - Atualizado às 08h58
O que você imagina que crianças de 6 meses sentem e percebem sobre o mundo à sua volta? E sobre as sensações do próprio corpo? Como se relacionam com seus brinquedos e com os objetos? Descubra mais aqui, na continuação de nossa série de posts sobre desenvolvimento infantil!
Apesar de pequenos, os bebês de 6 meses já possuem habilidades e já descobriram muitas coisas sobre o mundo à sua volta. Esse momento do desenvolvimento é bastante marcante, pois é a partir de então que a criança cria condições de perceber que alguns acontecimentos e sensações vêm de dentro de si, enquanto outros vêm de fora.
Uma das primeiras e mais difíceis descobertas com as quais o bebê lida nessa fase é a de que ele e a mãe não são o mesmo ser. Isso é frustrante a princípio, pois o filho percebe que não controla a presença ou ausência da mãe e que depende dela. Ao mesmo tempo, é neste momento em que fica mais evidente a importância do pai e a criança começa a dar mais valor à sua presença.
O olhar dos adultos torna-se algo desejado e uma forma comum de chamar a atenção é por meio de sons vocais e movimentos do corpo. Estas são ótimas situações para conversar com o bebê, pois isso estimulará que ele vá compreendendo os sons da linguagem e tentando imitá-los.
Neste período de grande tomada de consciência sobre si mesmo e sobre o outro, os objetos pessoais da criança ganham relevância. Os brinquedos tornam-se elementos conhecidos, presenças que fazem o ambiente ser percebido como um lugar mais seguro e familiar, especialmente na ausência da mãe. É muito importante permitir ao bebê que fique com seus objetos, principalmente em situações que podem gerar maior insegurança, como a hora dormir.
O desenvolvimento físico nesta fase também já caminhou bastante e a criança consegue explorar melhor os objetos e passá-los de uma mão para a outra. Ela também já é capaz de reconhecer um objeto vendo apenas uma parte dele. Além disso, os movimentos da cabeça tornam-se mais controlados e a criança pode voltar-se para várias direções de acordo com sua escolha, apreendendo mais do ambiente à sua volta.
Nesse período começam a nascer os primeiros dentes, o que causa um pouco de desconforto à criança, podendo haver diminuição do apetite, do sono e também alguma irritabilidade. Com o surgimento dos dentes podem ser introduzidos pouco a pouco novos alimentos e, com eles, novos sabores e texturas que serão experimentados pela criança.
Agora que você já sabe mais sobre as crianças de 6 meses quer saber o que acontece nas próximas etapas de desenvolvimento? Continue acompanhando nossa série e escreva para nós as suas curiosidades!
Observação: No post, “mãe” e “pai” poderiam ser substituídos por adultos que cumprem o papel de cuidadores principais da criança. A função materna (que não necessariamente é cumprida pela mãe ou por uma mulher) está relacionada ao oferecimento de suporte afetivo, psíquico e biológico, essencial para a sobrevivência do bebê. Isso significa, inclusive, apresentar o mundo à criança, oferecendo-se como ponte para isso. A função paterna (que não precisa ser cumprida pelo pai ou por um homem) também está relacionada com o contato com o mundo na medida que esta figura impedirá que a relação materna com a criança transforme-se em algo fechado em si mesmo e sufocante. Trazendo à tona exigências que a realidade impõe, a função paterna irá abrir espaço para que o bebê e o cuidador que cumpre a função materna percebam que não completam um ao outro e que é importante buscar outras relações com o mundo.
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