26 de setembro de 2012
Lançamento: 08 de outubro18h30-21h30Livraria Cultura – Conjunto NacionalSão Paulo – SP Paulo Palma, 81 anos, santista, há muitos anos aprendeu origami sem saber sua origem. Um amigo da Faculdade foi quem lhe ensinou. E, desde então, há mais de 60 anos, nunca mais parou. Para Paulo, sempre foi uma diversão fazer faisão, cabo de flor, tulipa, amor perfeito, cesta para doces… tudo para presentear as amigas. Até o dia em que resolveu se aprofundar, lendo livros, comprando materiais específicos. E descobrir que as dobraduras eram, na verdade, uma arte que, além de melhorar a habilidade motora, lhe trazia muito aprendizado. O Origami faz parte da cultura dos japoneses. Praticado desde o começo do século XVII, período Edo no Japão, a arte da dobradura de papel é hoje conhecida em todo o mundo. Durante muito tempo, no entanto, essa arte só foi transmitida “boca a boca”, de geração a geração. Só no final do século XVIII foi lançado um livro que explicava como se fazia um pássaro sagrado da Índia. Dali em diante, outras publicações com novas criações foram surgindo. À medida em que avançava na prática, Paulo descobriu que a maioria dos livros ia até certo ponto, explicando a maneira de se fazer origami apenas com setas e desenhos, o que tornava o aprendizado bastante complicado para quem estava iniciando. Como engenheiro, resolveu então explicar o “be-a-bá”, para que ninguém – de 8 a 90 anos – tivesse dificuldade em prosseguir até a última dobra. Foi provado, aliás, que, a prática e o estudo do Origami, envolvem vários tópicos de relevo da matemática. Dobrar papel, segundo Palma, parece simples. Mas, dobrar papel numa diagonal, para que os ângulos retos se encontrem, é complicado. E, como todo aprendizado, começando do mais simples até o mais difícil, tudo se resolve. Que o diga um dos seus alunos, o deficiente visual Ismael da Silva, de 45 anos. Ele aprendeu a técnica com Paulo há dez anos, quando cursava a Faculdade de Jornalismo. Foi até a fase final, considerada “complicada”. E com um de seus trabalhos – a produção de cesta formada de dezenas de minidobraduras, todas perfeitamente simétricas – conseguiu pagar todo seu curso. O livro de Paulo Palma ensina com clareza, detalhe por detalhe, vários temas do Origami, como os decorativos (cesta para doces, o descanso de copos, castiçal); os mamíferos (canguru, cavalo, esquilo, golfinho, gorila); o anfíbio (rã); as plantas (amor-perfeito, tulipa, pitanga, violeta); meios de transporte (aviões) e outros mais. Sem nenhuma ascendência oriental, mas convivendo com a cultura japonesa desde a infância através de amigos, Paulo define nesse acróstico a arte de dobrar papel:
O bservação
R edução
I mitação
G eometria
A nálise
M etamorfose
I dentificação