Apaixonada por futebol desde pequena, Isabel Kotscho, de 14 anos, mandou este texto especialmente para nossa seção “Você no Papo"
Bel Kotscho* Publicado em 24/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 13h08
Tudo começou na Copa do Mundo de 2014. Na época, não gostava muito de futebol. Mas logo, assistindo aos jogos e torcendo, veio um sentimento de paixão dentro de mim.
Quando a Copa acabou, senti um vazio, sentia falta daquela sensação. Então resolvi começar a assistir aos jogos do meu time, o São Paulo FC, para o qual torço desde que nasci, por conta do meu avô. Vovô Ricardo que me ensinou a ser são paulina. Visto a camisa do time sempre que tem jogo. Eu acredito que dá sorte.
Com a pandemia, fiquei triste de não poder mais ir aos estádios. Como estamos em isolamento social, também não posso mais assistir ao lado do meu avô. Então eu assisto na minha casa e ele na dele e a gente comenta o jogo todo pelo celular. Vale até xingar o juiz e o VAR, claro. Também comento muito sobre o jogo com a minha avó Mara que, assim como a gente, torce pro São Paulo.
Também gosto muito de ir ao Estádio do Morumbi, em São Paulo. Todas as vezes em que eu fui, o São Paulo só empatou ou ganhou – nunca perdeu. A última vez que eu fui ver um jogo em campo foi no final de 2018. Para mim, ir ao estádio é outra sensação, torcer junto com a torcida, gritar, vibrar, xingar…
Em 2019 fui visitar o Morumbi Tour junto com meu padrasto, que é corintiano. Fomos ver os vestiários, a sala da imprensa, a sala de troféus, e conseguimos entrar no campo. Foi um dia inesquecível.
No começo do ano passado (2020), quando ainda não estava na pandemia, fui com o meu padrasto, com a minha mãe (que é são-paulina como eu) e também meu irmão (que é palmeirense), ao CT do São Paulo pela segunda vez. A primeira vez tinha sido em 2016, quando foi também meu avô, mas não me lembro muito bem. Para mim foram momentos mágicos. Tirei fotos e pedi autógrafos para os jogadores na minha camisa. Nunca vou esquecer disso também.
Como vocês podem notar, na minha família tem de tudo: pai, avós, primos e irmãos palmeirenses, padrasto corintiano, mãe, avós e tios são-paulinos, e ainda uma boa parte de santistas…
Confesso que no começo foi difícil, tinha que aprender a driblar, passar, chutar e marcar, mas com bastante treino fui melhorando e aperfeiçoando cada vez mais. Uma coisa que foi um pouco difícil também foi aprender a fazer embaixadinhas. Cada dia ia treinando e criando novas técnicas dentro da minha cabeça para conseguir o maior número que conseguisse.
Até hoje sofro algumas críticas, mas não levo elas como algo ruim e sim como um fortalecimento, porque sei que sempre vai ter alguém que não gosta do seu estilo de jogo ou algo assim.
Muitas vezes, quando ia jogar, só havia meninos dentro da quadra e quando chegava para jogar eles ficavam me olhando com uma cara que parece dizer: “Você gosta de futebol?”. E eu respondia mentalmente: “Por que eu não posso gostar ?” Isso também acontece ainda nos dias de hoje, mas é só mostrar o meu futebol e a minha paixão com a bola no pé que começam a me admirar.
Quando fui a um acampamento aconteceu a mesma situação. No começo, achavam que, como eu era menina, não era boa, mas em pouco tempo começaram a ver com outro olhar e perceberam que eu não era como pensavam.
O futebol, como qualquer outra coisa da vida, é treino. Quanto mais você treinar e persistir em seus objetivos, mais você consegue melhorar e evoluir.
Quero deixar como dica a música Jogadeira, da Cacau com Gabi Kivitz