Não existe sintoma mais clássico de uma gravidez do que o enjoo. Com certeza, você já ouviu uma gestante por aí reclamando do mal-estar. Ele acontece por causa das mudanças hormonais do período. “A quantidade de Beta HCG, considerado o hormônio da gestação, por exemplo, dobra a cada 48 horas”, explica a obstetra Karina Zulli, do Hospital e Maternidade São Luiz (SP). A progesterona e o estrógeno também atingem níveis máximos nos primeiros meses.
Enquanto o corpo se acostuma com essa flutuação hormonal, a grávida sente enjoos que ocorrem geralmente pela manhã e tendem a melhorar durante o dia. Em alguns casos, no entanto, são mais severos e constantes. Ou seja, duram o dia todo de forma que a gestante não consegue comer nem tomar absolutamente nada. Até beber água provoca vômito.
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Por conta disso, esse problema, que atinge cerca de 5% das grávidas, muitas vezes leva à internação da gestante – para que ela receba medicamentos via intravenosa, já que nada via oral é aproveitado. Se for necessário repor líquidos e nutrientes, deve ser feito da mesma forma. Em geral, a internação dura uma semana, período no qual os médicos devem substituir gradativamente os medicamentos que ela recebe pela veia por aqueles via oral e introduzir aos poucos a alimentação até que a gestante aceite-a completamente e possa ter alta.
Em casa, o ideal é que a gestante opte por alimentos mornos, mais ácidos e com pouca gordura, que são mais aceitos pela gestante.
“Infelizmente, não existe prevenção já que tudo depende da sensibilidade de cada gestante para a ascensão hormonal. Mas, após se recuperar, indicamos que a gestante faça acupuntura para tentar encontrar esse equilíbrio diante de tantos hormônios”, diz Karina.
A especialista alerta que, assim que a gestante sentir essa forte indisposição, ela procure o médico que a acompanha. É só ele quem vai saber diferenciar o simples enjoo de uma hiperêmese gravídica e indicar o tratamento adequado. E você, sofreu com esse mal-estar durante a gestação?