Instituto Semeia lança guia para tornar parques mais acolhedores às crianças
Instituto Semeia e Redação Papo de Mãe Publicado em 04/11/2021, às 12h10
Pela primeira vez na história, a maior parte da população global vive em áreas urbanas, o que torna cada vez mais desafiador o contato da sociedade com a natureza. Somente no Brasil, a taxa de urbanização saltou de 45% em 1960 para 85% nos dias atuais – de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Dentro desse contexto, as crianças estão entre os grupos mais impactados pelas escassas oportunidades de experimentarem a vida longe das cidades – cerca de 55% das crianças de todo o mundo habita a zona urbana – um contingente de 1,5 bilhão, segundo o Unicef.
Também é fato que, nas últimas gerações, a infância mudou para dentro de casa e a "síndrome do déficit de natureza” passou a assolar um número cada vez maior de crianças, comprometendo não só a saúde e o bem-estar, como também o desenvolvimento dos pequenos. Estudos revelam que as crianças de hoje passam, em média, até 44 horas por semana na frente de uma tela e menos de 10 minutos por dia brincando ao ar livre e em contato com os elementos naturais.
Os parques e áreas protegidas podem desempenhar um papel ainda mais importante na solução desse problema. Contudo, nem sempre esses espaços estão preparados para receber os pequenos da forma mais adequada.
Com a proposta de apontar caminhos para tornar o uso público e a visitação em parques e unidades de conservação mais inclusivos, interessantes e convidativos para as crianças, o Instituto Semeia, organização sem fins lucrativos que fomenta parcerias para que brasileiras e brasileiros tenham acesso a parques melhores, elaborou o guia “Parques tamanho família: Um novo olhar sobre a infância nas Unidades de Conservação do Brasil”.
O lançamento da publicação acontece hoje (04), às 17 horas, durante um webinar com especialistas. A pesquisadora do Programa Criança e Natureza, do Instituto Alana, Bebel Barros, a chefe do Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha, Carla Guaitanele, a bióloga e sócia-diretora do Aretê SocioAmbiental, Erika Guimarães, e a jornalista do portal “Papo de Mãe” e comentarista do programa Bem-Estar da TV Globo, Mariana Kotscho, são as convidadas que debaterão o tema durante a live.
O guia, elaborado com o apoio do Instituto Alana e da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), traz importantes recomendações a gestoras e gestores que queiram colaborar com o “desemparedamento da infância” e trabalhar uma nova forma de olhar a presença da criança dentro dos parques e outras unidades de conservação. Esclarecimentos sobre a segurança dos pequenos, planejamento de novas infraestruturas ou adaptação das já existentes, como centro de visitantes, banheiros, fraldários, espaços para alimentação e piquenique, são alguns dos tópicos abordados sobre como os parques podem melhor receber as crianças e suas famílias. A publicação apresenta, ainda, diretrizes para a implantação de parques naturalizados, de espaços para amamentação e de atividades que atraiam e engajem ativamente as crianças.
Data: Hoje (4 de novembro)
Horário: 17 horas
Inscrições:https://bit.ly/3EuzqqA
Os parques e áreas protegidas podem ter um papel muito importante em ajudar nossas crianças a experimentar a vida longe das cidades, da poluição e das telas. Contudo, nem sempre esses espaços estão preparados para receber os pequenos da forma mais adequada."
Criado em 2011, o Instituto Semeia é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos. Com sede em São Paulo (SP), trabalha para transformar áreas protegidas em motivo de orgulho para brasileiras e brasileiros.
Atua nacionalmente no desenvolvimento de modelos de gestão e projetos que unam governos, sociedade civil e iniciativa privada na conservação ambiental, histórica e arquitetônica de parques públicos e na sua transformação em espaços produtivos, geradores de emprego, renda, e oportunidades para as comunidades do entorno, sem perder de vista sua função de provedores de lazer, bem-estar e qualidade de vida. São pilares de sua atuação: a geração e sistematização de conhecimento sobre a gestão de unidades de conservação; o compartilhamento de informações por meio de publicações e eventos; a implementação e o acompanhamento de projetos com governos de todos os níveis, como forma de testar e consolidar modelos eficientes e que possam ser replicados no país.