Papo de Mãe

O melanoma é mais comum na gestação?

O dia das mães está chegando e hoje a dica vai para as futuras mamães. É muito comum que no decorrer da gestação a pele da mulher sofra alterações que podem gerar dúvidas e preocupações. Além da questão estética, a saúde também é uma das angústias.

Roberta Manreza Publicado em 02/05/2018, às 00h00 - Atualizado às 08h55

Imagem O melanoma é mais comum na gestação?
2 de maio de 2018


Por Dra. Sabrina Talarico*, Dermatologista 

Dermatologista esclarece essa e outras questões dessa fase tão desejada pelas mulheres

O dia das mães está chegando e hoje a dica vai para as futuras mamães. É muito comum que no decorrer da gestação a pele da mulher sofra alterações que podem gerar dúvidas e preocupações. Além da questão estética, a saúde também é uma das angústias.

Para sanar esta questão, a Dra. Sabrina Talarico, Dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, irá apontar as principais alterações cutâneas desta fase tão especial para as mulheres. De acordo com a Dermatologista, a gestante pode passar por modificações fisiológicas, entre elas alterações pigmentares, como o escurecimento dos mamilos, aréolas e região genital, a manifestação da linha alba (linha que divide o abdômen), o surgimento do melasma e mudanças nas características de sardas e pintas pré existentes.

Mudanças nos cabelos e unhas também são notórias. “Normalmente os cabelos ficam mais bonitos e vistosos, isso ocorre devido às alterações hormonais dessa fase, que levam os fios a ficarem mais tempo em fase de crescimento, ao final da gestação, esta condição desaparece e ciclo de crescimento retoma ao normal, por este motivo é possível observar uma queda acentuada dos fios após 3-4 meses do nascimento do bebê. As unhas tendem a ficar mais frágeis e ter alterações superficiais nesta fase, como sulcos e ondulações, para que esta situação seja evitada, são recomendados cuidados específicos com a nutrição” explica a médica.

A gestante também pode se deparar com alterações glandulares, capazes de provocar o aumento de suor e desequilibrar o funcionamento das glândulas sebáceas, que resulta no comportamento imprevisível de algumas doenças, como a Acne, podendo ocorrer a melhora ou piora do quadro. Alterações vasculares e relacionadas ao tecido conjuntivo também podem ocorrer, as temidas estrias, causadas pelo estiramento da pele, assim como o aparecimento de vasinhos nas pernas, inchaço, vermelhidão e fácil sangramento nas gengivas.

Muitos acreditam que o Melanoma, câncer de pele maligno, pode ser associado à gestação, quanto na verdade este pode se desenvolver na gestante assim como qualquer outra pessoa. ” Muitas vezes, pelo o fato de existirem alterações pigmentares fisiológicas, alterações que geralmente chamariam a atenção são negligenciadas, nevos (pintas) que sofrem alteração devem ser acompanhados e se forem encontradas atipias, estas devem ser levadas a sério e ser tratadas como tal” esclarece a Dra..

De acordo com a médica, alguns cuidados devem existir para a preservação da saúde da mãe e do bebê. A gestante deve realizar o pré natal adequadamente, e recomenda-se que seja também acompanhada por um dermatologista que será capaz de distinguir alterações fisiológicas (comuns e esperadas) na gravidez de condições que exijam tratamentos e condutas específicas, como o melasma e até cirurgias no caso de lesões suspeitas de melanoma.

Vale lembrar que o melasma já pode ser tratado durante a gestação e que o uso de filtros solares adequados é imprescindível para evitar sua progressão. Gestantes que tenham história pessoal ou familiar de melanoma ou nevos displásicos devem ser acompanhadas mais de perto.

*Dra. Sabrina Talarico
Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro no ano de 2004. Seguiu a Residência de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro no ano de 2005 e posteriormente a Residência de Dermatologia do Hospital Celso Pierro da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, no período de 2006-2008. Desempenha função de médica colaboradora na Unidade de Cosmiatria, Cirurgia e Oncologia do Departamento de Dermatologia da Escola Paulista de Medicina da Unversidade Federal de São Paulo, como preceptora dos residentes do Departamento de Dermatologia no Setor de Dermatologia.


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