A maioria das crianças saudáveis não requer multivitaminas, mas um multivitamínico pode ajudar seu filho se ele tiver uma dieta restritiva, problemas de crescimento ou de desenvolvimento, alergias alimentares ou uma doença crônica
Roberta Manreza Publicado em 09/04/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h18
Por Dr. Moises Chencinski, pediatra e homeopata
De acordo com a Clínica Mayo, a maioria das crianças saudáveis não requer multivitaminas, mas um multivitamínico pode ajudar seu filho se ele tiver uma dieta restritiva, problemas de crescimento ou de desenvolvimento, alergias alimentares ou uma doença crônica
Hoje em dia, parece que existem vitaminas para tudo: para melhorar a memória, a saúde dos ossos, a disposição, a imunidade… Mas, como podemos determinar quais os tipos de vitaminas que nossos filhos realmente precisam? Todas as crianças devem tomar as mesmas vitaminas?
“Listamos alguns fatos importantes sobre o tema para ajudá-lo a responder a essas perguntas. É importante ter certeza na hora de escolher vitaminas para seu filho”, explica o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).
Não vá até a farmácia ainda. As vitaminas são muito importantes para a saúde das crianças, portanto não pode haver automedicação. A Academia Americana de Nutrição e Dietética recomenda consultar o pediatra do seu filho, um nutricionista ou um nutrólogo antes de dar à criança qualquer suplemento. “O pediatra pode determinar se a criança precisa ou não de um suplemento vitamínico. Um médico ou um nutricionista podem ajudar a determinar quantas e quais vitaminas você pode dar aos seus filhos de uma vez”, explica Chencinski. Os riscos de consumir muitas vitaminas incluem as megadoses, o que a Academia Americana de Pediatria destaca que pode “produzir sintomas tóxicos, como náuseas, erupções cutâneas, dores de cabeça e às vezes até efeitos adversos ainda mais severos”.
Se você está pensando em dar uma vitamina ao seu filho, em um regime regular, leve em consideração o seu estado físico em primeiro lugar. “De acordo com a Clínica Mayo, a maioria das crianças saudáveis não requer multivitaminas, mas um multivitamínico pode ajudar seu filho se ele tiver uma dieta restritiva, problemas de crescimento ou de desenvolvimento, alergias alimentares ou uma doença crônica. Se seus filhos praticam esportes, suas necessidades nutricionais podem ser um pouco diferentes dos que não o fazem. Alguns minerais e vitaminas importantes para atletas infantis são cálcio, ferro e vitamina D. O ferro ajuda no fluxo de oxigênio, a vitamina D é crucial para ossos saudáveis e ajuda na absorção de cálcio”, afirma o médico.
Dependendo da idade do seu filho, ele vai precisar de diferentes quantidades de nutrientes e vitaminas para o crescimento e desenvolvimento. Segundo a Clínica Mayo, crianças entre 2 e 3 anos requerem menos calorias, proteínas, vegetais, grãos e lácteos do que suas contrapartes de 4 a 8 anos de idade. As crianças mais jovens também precisam de menos vitamina C. “De acordo com o Instituto Nacional de Saúde, crianças entre 4 e 8 anos requerem 25 miligramas de vitamina C todos os dias. Mas as crianças mais novas só precisam de 15 miligramas por dia. O Instituto informa que as crianças entre 1 e 3 anos devem receber cerca de 2.000 unidades internacionais de vitamina A todos os dias; e crianças entre 4 a 8 anos, 3.000 UIs. Meninas e meninos, entre as idades de 2 e 3 anos, têm as mesmas diretrizes nutricionais diárias, mas estas podem variar de acordo com o sexo, uma vez que atingem as idades de 4 a 8 anos, caso em que os meninos podem começar a exigir mais nutrientes”, conta o pediatra.
Hoje em dia, muitas vitaminas infantis desejam se transformar no lanche favorito dos pequenos. No entanto vitaminas não são doces. Na verdade, nem sempre as vitaminas em forma de goma são a melhor indicação. Muitos pediatras preferem o uso de vitaminas em pó ou óleo, que podem ser adicionadas a alimentos ou bebidas.
“Um estudo de 2016, publicado na revista Epidemiology, descobriu que crianças que consomem alternativas ao leite de vaca, como bebidas à base de vegetais, apresentam menores níveis de vitamina D, na primeira infância, o que torna esse suplemento particularmente importante para elas”, diz Moises Checinski. Outro grupo de crianças que pode estar em maior risco de apresentar menores níveis de vitamina D são crianças negras. Por isso é importante que as mães estejam atentas para garantir que seu filhos estejam recebendo vitamina D suficiente.
Nem todas as vitaminas para crianças são criadas da mesma forma. “A maioria dos pais pensa que as vitaminas são inofensivas e quanto mais você dá, melhor… Mas as vitaminas lipossolúveis – que são as vitaminas D, E, A e K – são mais difíceis para o organismo absorver. Então, se você oferece vitaminas demais a uma criança, isso pode causar toxicidade hepática, tensão nos rins, e muitos efeitos adversos”, alerta o pediatra.
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