Pesquisa do Instituto do Sono revela aumento de risco das crianças autistas permanecerem acordadas por mais de 30 minutos durante a noite e precisarem dormir no quarto dos pais
Redação Papo de Mãe Publicado em 24/05/2021, às 13h48
Crianças e adolescentes com autismo têm distúrbios de sono com prevalência muito maior do que a população em geral, como resistência para dormir, atraso no início do sono, insônia e despertares noturnos. Segundo pesquisa realizada no Instituto do Sono, durante a pandemia, essas queixas se intensificaram.
O estudo on-line contou com 319 crianças e adolescentes de 0 a 18 anos. Desse total, 106 apresentavam transtorno do espectro do autismo, 53 possuíam a síndrome de Cri du Chat e 160 não tinham nenhuma questão neurológica.
Através do levantamento, notou-se um aumento de 48% para 60,4% entre crianças e adolescentes com autismo que precisavam dormir no quarto dos pais, assim como foi apontado o fato de elas permanecerem acordadas por mais de 30 minutos ao longo da noite. Antes da Covid-19, esse risco era 3,8 vezes maior em crianças com autismo do que naquelas sem esse transtorno. Com a pandemia, o risco cresceu 4,6 vezes.
Para a professora Doutora Sandra Doria Xavier, que coordenou o estudo, “a privação de sono modifica o comportamento de crianças e adolescentes com autismo, provocando agressividade, irritabilidade, desatenção e hiperatividade. Com a crise sanitária, os distúrbios de sono aumentaram, abalando ainda mais o cotidiano das famílias”.
Os distúrbios de sono e o autismo têm relação pelo fato de existir um desequilíbrio do ritmo circadiano que é uma das ferramentas responsáveis por regular a melatonina, avisando assim que é hora de dormir. Essa liberação ou não da melatonina ocorre nos pacientes com autismo devido a uma alteração genética. Outra questão seria a própria dificuldade em entender determinadas interações, como, após o jantar é o horário de dormir.
Para mais informações sobre essa pesquisa, basta acessar o site do Instituto do Sono.