A ideia de que após a vacinação não é mais necessário o uso da máscara é errada: entenda
Carolina Novaes* Publicado em 11/06/2021, às 13h59
Após declaração do presidente Jair Bolsonaro dizendo que pretende desobrigar o uso da máscara, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje, em Genebra, para o uso da máscara como fator essencial na diminuição da transmissão do Covid-19.
O Brasil enfrenta uma pandemia que já dura mais de um ano, e ainda conta com um número elevado de mortes diárias, totalizando até o momento 482 mil mortes, sendo 2.344 nas últimas 24 horas, segundo balanço do Consórcio de Veículos de Imprensa com informações das secretarias de Saúde.
Para a Dra. Sylvia Lemos Hinrichsen, infectologista e membra da Sociedade Brasileira de Infectologia, “ainda estamos em tempos em que o vírus da Covid circula, e para que possamos ter um relaxamento das medidas restritivas de barreira, será necessário que cada cidade, país e mundo como um todo, possa ter uma quantidade de pessoas vacinadas acima de 70 ou 80% para que o vírus tenha mais dificuldade de infectar pessoas”.
Portanto, mesmo que a pessoa esteja vacinada com as duas doses, ainda se faz necessário o uso da máscara. O Brasil está com 11,11% da população brasileira vacinada (2 doses), o que ainda é muito distante de 70 ou 80% da população imunizada para que medidas restritivas diminuam.
Um ponto de dúvida comum é a máscara mais apropriada. Em entrevista, a médica infectologista nos diz que “as máscaras ideiais são aquelas que podem ter filtros, as de tecido, com três camadas de filtro interno, as cirúrgicas ou N95”. Ela ainda atenta para a utilização em crianças: “Para as crianças vale a mesma coisa, e devem ser adequadas às crianças em ambientes que não tenham a circulação de ar natural”, conclui.
A Dra. Sylvia Lemos faz ainda um alerta: o de que as vacinas não impedem totalmente a infecção e que é preciso respeitar também a janela de imunização de 15 dias após a aplicação da segunda dose.
*Carolina Novaes é repórter do Papo de Mãe.