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Por que precisamos comemorar os 30 anos do regulamento de brinquedos do Inmetro?

O regulamento do Inmetro produz um enorme impacto na segurança das crianças e é uma responsabilidade compartilhada com os pais, familiares e educadores

Erika Tonelli* Publicado em 22/05/2022, às 07h00

Evite comprar brinquedos ilegais e sem verificação do INMETRO
Evite comprar brinquedos ilegais e sem verificação do INMETRO

O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a regulamentar a segurança de brinquedos. A equipe do Diretor Alfredo Lobo e do Paulo Coscarelli, à época no INMETRO, em 2001, sempre tiveram a melhor das intenções para fazer o melhor para as crianças, mesmo com a pressão da indústria para flexibilizar a toxidade, o formato, as peças pequenas, e outras solicitações do tipo. No Brasil, a norma em si não representa muito se não for implementada, fiscalizada e divulgada. Para isso, a regulamentação e as ações de fiscalizações são muito importantes.

Tudo isso tem um enorme impacto na segurança das crianças e é uma responsabilidade compartilhada com os pais, familiares e educadores de escolher o brinquedo adequado para cada faixa etária e fase do desenvolvimento da criança. Contudo, o Inmetro também desenvolveu campanhas de esclarecimento em datas especiais sobre a compra de brinquedos. Agora cabe cobrarmos novas campanhas de disseminação de informações mais atualizadas, tanto do poder público quanto da imprensa.

Não temos dúvidas de que o Brasil está a frente em relação a qualidade de brinquedo e os benefícios alcançados com a implementação da norma e regulamentação. O grande desafio para os próximos 30 anos é mantê-la, melhorá-la, fiscalizá-la através dos governos e gerações de crianças. Além disso, precisamos conscientizar toda a sociedade em geral e poder público, através da disseminação de conteúdos educativos, campanhas e parcerias com o setor privado, para que possamos continuar avançando na promoção de uma cultura do bem cuidar da infância e prevenção de acidentes. Este é um desafio cotidiano, na garantia dos direitos sociais, e que requer nossa vigilância atenta para que não ocorram retrocessos e sim avançarmos fortemente na proteção de nossas crianças.

Sugestão: assista ao Papo de Mãe sobre brinquedos de sucata

Em relação aos óbitos com acidentes com crianças de 0 a 14 anos, desde 2000 até o ano de 2020 (os dados de óbitos são consolidados no DATASUS com um delay de 2 anos) tivemos uma redução de 53,17%. Como pode ser verificado na tabela abaixo:

Gráfico
Óbitos ocasionados por acidentes com crianças de 0 a 14 anos

Os principais tipos de acidentes que acometem as crianças de 0 a 14 anos, relacionados à brinquedos são: sufocação, queimaduras e intoxicação.

Dependendo da faixa etária, principalmente na primeira infância eles são as principais causas de óbito, como pode ser visto na tabela abaixo:

Gráfico

Veja também:

Ficam algumas recomendações importantes:

  • Evite comprar brinquedos ilegais e sem verificação do INMETRO;
  • Ao escolher os brinquedos para uma criança, considere sua idade, interesse e nível de habilidade. Siga as recomendações do fabricante e procure brinquedos com selo do Inmetro;
  • Brinquedos para crianças maiores podem ser perigosos para as menores e devem ser guardados separadamente;
  • Inspecione regularmente os brinquedos à procura de danos que podem resultar em algum acidente enquanto a criança os manuseia. Observe se alguma parte pequena pode se soltar, se existem pontas afiadas ou arestas. Caso encontre algum problema, conserte o brinquedo imediatamente ou mantenha-o fora do alcance da criança;
  • Evite utilizar balões de látex (bexigas). Se realmente precisar utilizá-los, guarde-os fora do alcance das crianças e supervisione-as durante toda a brincadeira. Não permita que crianças encham balões e tenha muito cuidado com os pedaços de bexigas estouradas, pois podem ser acidentalmente ingeridos pelas crianças e ocasionar sérias consequências. Após o uso, esvazie as bexigas e descarte-as juntamente com eventuais pedaços;
  • Cuidado com slime, bolinhas de gel, Ioiô Ball que são tóxicos e sem ainda regulamentação;
  • Brinquedos e roupas com correntes, tiras e cordas com mais de 15 cm devem ser evitados para reduzir o risco de estrangulamento;
  • Brinquedos elétricos podem causar queimaduras. Evite brinquedos com elementos de aquecimento, como baterias e tomadas elétricas, para crianças com menos de oito anos. Nunca deixa utilizar celular ou tablet ligado a tomada ou perto de líquidos.

No site do Instituto Bem Cuidar, área meio da Aldeias Infantis SOS, os pais, familiares, cuidadores e educadores podem encontrar materiais educativos, e-books, check-list e ainda uma curso gratuito on-line sobre “Prevenção de Acidentes no dia a dia”.

*Erika Tonelli, especialista da Aldeias Infantis SOS em Entornos e Espaços Seguros e Protetores.

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