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Vacina da Covid-19 para crianças: há risco de miocardite?

Entenda o que é a miocardite e que é importante vacinar sim contra a Covid-19

Edmo Atique Gabriel* Publicado em 08/04/2022, às 06h00

Os riscos de ter covid são maiores do que se vacinar
Os riscos de ter covid são maiores do que se vacinar
Muito tem sido discutido sobre o risco de miocardite após a vacinação contra a COVID-19. Mas, afinal, o que seria miocardite e quais fatos sobre esta condição clínica efetivamente já estão estabelecidos ?
Primeiramente, precisamos recordar que o músculo do nosso coração é conhecido como miocárdio e dependemos totalmente da viabilidade dele para sobreviver.
Quando pensamos nas doenças causadas por vírus, as chamadas viroses, sobretudo nas crianças, podemos pensar numa importante doença inflamatória, conhecida como miocardite, a qual, em casos mais extremos, poderá cursar com falência do coração.

Assista ao Papo de Mãe sobre problemas cardíacos:

Em tempos de COVID-19, seria razoável considerar a possibilidade do coronavirus causar uma miocardite, tal como uma vacina para COVID-19 poderia causar esta miocardite, como se fosse uma reação pós-vacinal. Para esclarecer melhor esta questão para os pais, que estão certamente muito apreensivos, existem algumas informações importantes :

Informação  1

A grande maioria dos casos de miocardite pós-vacinal tem sido identificada em indivíduos jovens do sexo masculino. A faixa etária de maior ocorrência tem sido de 16-30 anos.

Informação 2

A miocardite pós-vacinal tem ocorrido, após a segunda dose, no caso de vacinas feitas com o RNA do vírus ( vacina com informação genética do vírus ), como no caso da vacina da Pfizer.

Informação 3

Felizmente os sinais/sintomas de miocardite pós-vacinal costumam desaparecer dentro de 6 dias, sem deixar sequelas no músculo cardíaco. Estes sinais/sintomas incluem alterações em exames bioquímicos e algumas manifestações clínicas, como febre e dor torácica.

Informação 4

A ocorrência de miocardite nos indivíduos jovens do sexo masculino não precisa estar necessariamente associada a um histórico de doenças prévias e comorbidades. Em outras palavras, uma pessoa jovem e previamente saudável pode apresentar este quadro de miocardite, como uma eventual reação pós-vacinal.

Informação  5

Quando há necessidade de hospitalização para tratamento da miocardite, o tempo médio de permanência no hospital tem sido de 4 dias.
A miocardite não deveria ser encarada como algo impeditivo para aplicação da vacina nas crianças e adolescentes. Precisamos conhecer o máximo possível acerca das particularidades do coronavírus e das vacinas disponíveis para o controle da disseminação desta pandemia. Mas, ao contrário do que se possa especular, nada pode ser de maior magnitude do que a vacinação como instrumento eficaz na prevenção de casos graves e redução da letalidade. 
Não significa, de forma alguma, que devemos subestimar a importância de complicações pós-vacinais nas crianças , como é o caso da miocardite. Apenas deve-nos ponderar o que seria pior, o que acarretaria maior risco, o que pode salvar vidas, o que poderia mudar prognóstico e sobrevida.

Dr. Edmo Atique Gabriel
Dr. Edmo Atique Gabriel

*Dr. Edmo Atique Gabriel é cardiologista, cirurgião cardio vascular e nutrólogo. @edmoagabriel

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