O sangramento pós-parto, ou lóquio, é comum e esperado - mas precisa de um acompanhamento para saber se está tudo normal
Alfonso Massaguer* Publicado em 09/12/2021, às 09h02
A gestação, mesmo com todos os desafios que acometem cada mulher, de forma diferente, é algo especial. A ideia de gerar uma vida faz com que muitas mulheres suportem dores até então desconhecidas, entrem na maratona das noites em claro e encarem a montanha russa de hormônios com bravura. A saúde da mulher exige cuidado e atenção constantes, principalmente no puerpério – período após o parto –, em que o tempo se torna escasso frente aos cuidados com a criança.
Um fator bastante comum, e que acomete a todas as recém mamães, é o sangramento que ocorre nas primeiras semanas após o nascimento do bebê e que pode ser caracterizado pela perda de mais de 500 ml de sangue nas primeiras 24 horas após o parto.
Conhecido como lóquio, esse sangramento no pós-parto é normal e ocorre, em grande parte, por causa da ferida que surge quando a placenta se separa do útero, mas pode ter sua origem também em cortes e fissuras que possam ter ocorrido durante o parto. Com a contração natural do útero e retorno ao seu tamanho original, o sangramento diminui até desaparecer.
Por volta dos cinco primeiros dias, o sangramento pode ter um tom vermelho vivo e vir acompanhado de coágulos, que diminuem com o passar dos dias.
Porém, se houver a presença de coágulos em grande quantidade ou o sangramento exceder à capacidade do absorvente no período de uma hora, é importante consultar o médico.
O volume do sangramento não tem relação com o tipo de parto. O fator principal é a capacidade de contração do útero. Quanto melhor essa capacidade, mais rápido os vasos serão fechados e menor e mais curto será o sangramento. Alguns outros fatores particulares de cada mulher, como capacidade de coagulação, também são importantes, mas esse sangramento dura, em média, cinco semanas.
Atualmente, a tecnologia e a inovação no mercado trouxeram produtos específicos, que oferecem proteção e cuidado para essas mulheres. As roupas íntimas descartáveis são discretas, se moldam ao corpo, possuem camadas respiráveis para melhor circulação de ar, que reduzem o risco de irritações e neutralizam possíveis odores, além de garantir toda a segurança contra vazamentos.
*Dr. Alfonso Massaguer (CRM 97.335), ginecologista e obstetra formado pela USP e médico do Hospital das Clínicas. Tem mais de 20 anos de experiência em Reprodução Humana. Diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) especializada em reprodução assistida. Foi professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU por 6 anos. Membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Também é diretor técnico da Clínica Engravida, autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina, com passagens em centros na Espanha e no Canadá.