O tema é polêmico, muitos pais se perguntam o porquê de dar mesada, quando começar e como estabelecer o valor.
Roberta Manreza Publicado em 29/01/2019, às 00h00 - Atualizado às 11h43
O tema é polêmico, muitos pais se perguntam o porquê de dar mesada, quando começar e como estabelecer o valor. A volta às aulas é excelente momento para começar e pode até gerar economia nas contas da família. Ao contrário do que muitos pensam, a mesada não é um incentivo ao consumo, e sim forma de educar financeiramente as crianças.
Vou explicar melhor: a infância é a fase ideal para desenvolver comportamentos que serão levados por toda a vida, por isso é importante implantar a mesada quando notar que a criança está pedindo dinheiro com frequência e já mostra ter seus primeiros hábitos de consumo. Normalmente, crianças e jovens consomem durante a rotina escolar, com gastos com alimentação, por exemplo.
Sendo orientadas para usar o dinheiro de forma sustentável e poupar parte dele para realizar seus sonhos no futuro, as crianças se tornam menos consumistas e mais conscientes. Os reflexos são notados em casa.
Algo que percebo é que muitos pais acreditam que não dão mesada, mas dão pequenas quantias constantemente aos filhos, de forma não sistematizada. Afinal, é comum que as crianças peçam dinheiro para fazer pequenas compras, como de guloseimas e brinquedos, e isso caracteriza a mesada voluntária.
Há 8 tipos de mesada, que categorizei em meu livro Mesada não é só dinheiro (Editora DSOP), como a mesada financeira e a mesada economica. Veja abaixo, já que as famílias devem agir de acordo com a sua situação financeira.
E sabe o que todas essas formas de mesada têm em comum? Elas priorizam os sonhos da criança e da família. O ideal é que elas tenham pelo menos três: um a ser realizado em curto prazo (em até um mês), outro de médio prazo (entre três e seis meses) e outro de longo prazo (após seis meses). Ter a conquista dos sonhos como prioridade na lida com o dinheiro é o que levará essa geração a ser menos endividada e inadimplente no futuro.
A mesada financeira é dada para a criança aprender a administrar o dinheiro que ganha. Trata-se de um valor fixo determinado pelos pais ou responsáveis, tendo em vista a necessidade de transição da mesada voluntária para a mesadafinanceira. Nesse momento, recomendo que 50% do valor seja destinado para a poupança dos sonhos e 50% para as despesas da criança, sempre lembrando que o dinheiro nunca será mais importante que os sonhos.
Na mesada econômica, os pequenos são incentivados a poupar recursos em casa, como energia elétrica e água, para que realizem seus sonhos com o valor economizado. Assim, mesmo a família que não tem condições de dar mesada em dinheiro, pode educar financeiramente seus filhos com as economias feitas no lar a cada mês. Dessa forma, os pequenos aprendem que economizar recursos é um dos caminhos para realizar seus sonhos.
*Reinaldo Domingos está a frente do canal Dinheiro à Vista. É Doutor em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin – www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (www.dsop.com.br). Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.