Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Educação cria relatórios sobre as necessidades das aulas e os interesses dos estudantes
Sabrina Legramandi* Publicado em 26/07/2021, às 14h03
Durante a pandemia e, consequentemente, o isolamento social, os desafios da educação se tornaram ainda maiores. Pais tiveram que fazer da sua casa uma escola e a tecnologia, mais do que nunca, teve de ser usada para ensinar as crianças à distância.
Muitos questionamentos passaram a surgir sobre qual a melhor maneira de aprender por meio das telas. O método da “cabeça falante” – o professor dando a mesma aula que dava presencialmente à distância – na maioria das vezes parece não funcionar.
Foi para integrar pais, alunos, professores e escola, além de tentar tornar as aulas mais interessantes, que a Positivo Tecnologia criou o Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Educação. Com ele, escolas públicas e privadas podem aliar o ensino com a tecnologia, que, segundo Alvaro Cruz, vice-presidente da Educacional, não é boa nem má: depende do uso.
Alvaro explica sobre a necessidade de adaptação da educação com o lançamento da TV: inicialmente, as pessoas apenas faziam a filmagem de forma fixa. Apenas depois é que elas perceberam que podiam mudar a câmera, fazer coisas diferentes e, assim, transmitir mais emoção pelas telas. “É por isso que temos que nos adaptar às diversas linguagens: elas vão mudando ao longo do tempo”, diz.
Através do lema de que é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança, o Educacional já atende cerca de 4 milhões de usuários e é dividido em “suítes educacionais” de português, matemática e STEAM, que conecta diversas áreas do conhecimento. Tanto em escolas públicas quanto em privadas, é possível escolher os segmentos que atendem às necessidades da escola e dos alunos.
Para explicar sobre o funcionamento das “suítes”, Alvaro traz como exemplo a de português. Ela é dividida em quatro soluções de leitura, quatro de escrita e quatro de leitura formal e a escola pode escolher, em seu plano, duas de cada.
Uma das principais novidades é que o aluno pode receber retornos imediatos sobre as redações que faz em casa. Com 95% de precisão e atendendo às normas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), o sistema também é capaz de apresentar indicadores para o professor e, assim, fazer com que ele saiba quais devem ser os focos em aula.
Além disso, a plataforma também monta um painel que mostra as principais necessidades da escola e, no futuro, os desenvolvedores pretendem criar um ranking mundial com parceiros em Israel e na Inglaterra. “Imagine poder compreender em contexto estadual e nacional quais escolas precisam de mais apoio na escrita”, exemplifica Alvaro.
O vice-presidente da Educacional conta sobre uma área de pesquisa, em Israel, que também está buscando as melhores formas de unir a tecnologia com a educação. Lá, durante as aulas de inglês, os alunos podem conversar com uma assistente virtual através de alto-falantes inteligentes e perguntar sobre curiosidades de vários países do mundo.
“A assistente virtual se apresenta como agente de viagens virtuais e diz que vai levá-los para a França, por exemplo. Então, em inglês, os alunos perguntam sobre o lugar”, Alvaro explica. Ao final da aula, o professor ainda recebe um relatório dizendo quais foram as palavras com mais erros e mais acertos, além de quais foram os maiores interesses dos alunos sobre o país.
A tecnologia permeia a sociedade, mas ela é um pouco ‘blindada’ na escola. Quando a gente apresenta a tecnologia na educação e incorpora isso nas práticas educativas, o professor torna a aula mais interessante e conta com a tecnologia como um superpoder.” (Alvaro Cruz)
A suíte de português também tem parceria com diversos autores, como Ziraldo, e incentiva os alunos a serem coautores de livros infantis. “O que buscamos responder é: o que eu posso fazer com o giz? E o que eu posso fazer com a suíte educacional?”, diz Alvaro.
Sobre a questão dos dados e da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), o vice-presidente explica que, para a proteção dos usuários, todos eles são anonimizados (dados não identificáveis).
Para ele, poder entender os interesses e as necessidades dos alunos, por meio dos relatórios do sistema, é a grande novidade do Educacional. “Um aluno apaixonado por futebol aprende de maneira diferente de um aluno apaixonado por música, e isso a gente só consegue reunindo informações”, finaliza Alvaro Cruz.
*Sabrina Legramandi é repórter do Papo de Mãe
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