Chef de cozinha abre empresa de alimentação natural infantil congelada após introdução alimentar do filho
Paula Horta* Publicado em 21/02/2022, às 18h27
Sempre fui muito apaixonada pela cozinha e pela profissão que escolhi para a vida. Lembro-me quando soube que estava grávida do Natan e pensei que meu pequeno me acompanharia na cozinha pelos nove meses que estaríamos juntos naquela jornada. E foi o que aconteceu. Trabalhei na cozinha criando pratos e agradando paladares até a última semana prevista para ele nascer. E foram momentos incríveis. A maternidade chegou e todas as mudanças também. Adaptações de horário e rotinas, a cada dia um novo dia, um novo único momento, até chegar na tão esperada e “assustadora introdução alimentar”.
Na consulta com a pediatra, soube que a tal fase estava chegando e eu, como uma boa chef de cozinha, precisava me preparar para essa novidade. A Dra. Andrea Mosqueira me passou algumas dicas muito importantes. Ela me acalmou, disse que seria tranquilo, que iriamos comer todos iguais, no máximo passaríamos por uma reeducação do sal, a textura para as refeições do Natan seria mais macia e mais picada, mas de modo geral, ficava tudo igual, já que eu só uso temperos naturais e saudáveis, o que é só benefício.
E lá fui eu preparar a comida, com menos sal, uma parte com uma textura especial para ele, tudo perfeito, até ele se engasgar com a primeira colherada! Quase tive um treco! A minha ansiedade e expectativa eram muito grandes sobre o primeiro “banquete”, mas depois de baixada a adrenalina, foi tudo ficando mais leve e alegre por aqui, meu filho foi curtindo e aproveitando cada ingrediente, cada novo sabor, nova textura que lhe era apresentado.
Ainda sobre dicas da pediatra, ela nos ensinou que seria mais eficiente não oferecer comida para ele com muita fome, pois ele ainda não entendia que naquele prato estava algo que ia saciar a fome dele, era uma mudança muito drástica para alguém tão novo. Então, ela sugeriu que pouco antes das refeições, eu oferecesse um pouco de leite, e então ele se acalmava e apreciava a refeição mais feliz.
Aqueles medos de mãe, do filho engasgar-se, cuspir ou pegar rejeição a um determinado alimento ou ingrediente era algo presente nessa expectativa que tinha. Mas a cada refeição, com temperos frescos e aquela famosa dupla infalível de alho e cebola, adicionadas a uma erva fresca e pimenta, eu ganhava mais coragem. A ponto de hoje ter dado um novo rumo a minha carreira investindo em uma empresa de alimentação natural infantil congelada, inspirada no meu filho: a Peefinho do Picotico. Eu e meu marido enxergamos uma oportunidade de trazer todo esse amor e sabor para os amigos e depois para o público em geral, que acabou aderindo à ideia.
Hoje, comercializamos cerca de 300 a 350 refeições diárias para o Rio de Janeiro e região.
Um sucesso que com certeza passou de mãe para filho!
- Acalme seu coração e tente controlar a ansiedade! Todos vão comer um dia, certamente.
- Confie nos profissionais que estão te orientando como pediatras e nutricionistas. Evite comparações entre mães e cuidado com os grupos por conta da diversidade de histórias.
- Siga sempre sua intuição e coração. Comece a introdução alimentar do seu filho como se fosse uma página em branco, assim, você vai criando estratégias infalíveis para você e para ele também.
- Não se prenda apenas aos seus gostos particulares. De ao seu filho oportunidade de conhecer alimentos diversos, explorar e ter o próprio gosto e paladar.
- Crianças são seres únicos, respeite isso também no gosto pelos alimentos, mas nunca deixe de oferecer várias vezes o mesmo alimento, de formas diferentes, uma hora ele pode gostar, mas se não for o caso, está tudo bem também.
- Como já diziam nossas avós “a hora da comida é sagrada”, receber o alimento deve ser um prazer, não uma tortura, portanto, respeite se o seu filho não quer mais, lembre-se que não foi ele quem montou o prato, ele pode estar satisfeito antes acabar tudo, pode estar simplesmente sem apetite e tudo bem. Não há por que obrigar uma criança a comer, nem muito menos a comer tudo.
- Oferecer todos os grupos alimentares é muito importante, para isso, pratos coloridos são mais atraentes! Se tiver tempo, use a criatividade para surpreendê-los. Será sucesso!
- Outra dica importante é fazer o máximo de refeições possíveis a mesa, se possível com todos que fazem parte da família juntos. Criança vê, criança faz!
- Sempre explicar os alimentos que estão no prato para que a criança já possa ir conhecendo o que está ingerindo, até porque são esses paladares e conhecimentos sobre alimentação que ele levará para a vida.
- Por fim, tenha sempre empatia em todas as fases, principalmente nessa da introdução alimentar. Cada ser é único, crie o seu mundo e respeite o mundo do seu filho.
*Paula Horta, chef de cozinha e mãe do Natan
Receitas e mais dicas sobre Introdução Alimentar sem traumas:@peefinhodopicotico
A alimentação do seu filho inclui açúcar e suco de frutas? Conheça a dieta low carb
Introdução alimentar: quando e como começar a oferecer alimentos para o bebê?
Introdução alimentar: sonho ou pesadelo?
A papinha do bebê pode ter proteína vegetal?
2021: Dez dicas para reorganizar a rotina alimentar das crianças