A nutricionista Elaine Pádua tira as principais dúvidas sobre a introdução alimentar e dá dicas preciosas para papais e mamães
Sabrina Legramandi e Mariana Kotscho* Publicado em 04/08/2021, às 14h42 - Atualizado às 16h00
A introdução alimentar é o primeiro contato do bebê com os novos alimentos, mas a chegada deste momento pode apavorar muitos pais e mães. Afinal, quando começar a introduzir comidinhas novas? E quais devem ser essas comidinhas?
A nutricionista da família Elaine Pádua explica que, até os 6 meses, a criança precisa exclusivamente do leite materno para crescer e se desenvolver. E então, a partir desta idade, é o início da fase de introdução de novos alimentos. Mas ela lembra que já na gravidez os hábitos alimentares da gestante vão interferir mais tarde no desenvolvimento do paladar do bebê, por isso "os hábitos saudáveis devem começar ainda na gestação.
Elaine também ressalta que o exemplo de toda a família vai ser seguido pelo novo integrante, então é um bom momento para que todos repensem seus hábitos alimentares.
Elaine conta que a fase deve ser encarada com calma e equilíbrio: “É a comida da família que vai entrar na prática desta introdução alimentar”. Ou seja: o bebê vai comer uma versão amassada do que já se consome na casa. Sim, ao contrário do que se fazia antigamente como bater a comida no liquidificador ou passar na peneira, o recomedado atualmente é simplesmente amassar para preservar as fibras e incentivar a mastigação. Mesmo que o bebê não tenha dentes - e não precisa ter medo que ele não vai engasgar!
Estômago não tem dente, por isso tem que aprender a mastigar com a boca", brinca Elaine.
Quando o bebê faz seis meses (lembrando que até aqui ele deve ser alimentado exclusivamente de leite materno), na primeira semana, a introdução dos alimentos pode começar com frutas amassadas ou raspadas (que podem até ser cozidas). Começar com uma fruta por dia, lembrando que ela não vai substittuir nenhuma mamada.
Na semana seguinte (a segunda), já pode começar com o almoço. Combinando verduras, legumes, carboidratos e proteínas. Os temperos podem ser variados como manjericão, salsa, coentro, cebola, manjericão. O sal nem precisa ser usado, já que os sabores estão sendo testados, mas se for usar é melhor "só um pouquinho" e "não refinado", diz Elaine, que costuma dizer que não existe vilão ou mocinho na alimentação, mas bom senso e equilíbrio.
E então na terceira semana pode-se incluir o jantar. Elaine diz que almoço e jantar passam a substituir estas mamadas, mas a mamãe continua amamentando normalmente nos outros horários. Ressaltando que após as refeições deve ser oferecida água para a criança - quando a criança passa a se alimentar, ela passa a tomar água. As frutinhas continuam sendo oferecidas nos horários dos lanches.
E um recado importante: a Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda a ingestão de sucos no primeiro ano de vida. Elaine explica que é porque os sucos quebram as fibras das frutas e têm alto teor glicêmico, que aumenta a quantidade açúcar no sangue.
Elaine também traz a sugestão de oferecer alimentos de maneiras diferentes: a criança pode não gostar de cenoura crua, mas gosta de um suflê de cenoura, por exemplo.
A nutricionista comenta ainda que existe o método de introdução alimentar conhecido como BLW (baby led weaning), que em português quer dizer desmame conduzido pelo bebê, e que consiste em deixar com que ele experimente os alimentos com as próprias mãos. Para ela, essa prática pode fazer com que o pequeno se torne mais maduro e consiga ter mais autonomia no momento da refeição.
A especialista lembra que é muito importante a família estar presente e fazer, se possível, pelo menos uma refeição por dia todos reunidos.
Faça a introdução alimentar com amor e com cuidado. Além disso, trate a nutrição de forma gentil. Precisamos sempre buscar um equilíbrio. Nutrição também é amor e carinho” (Elaine Pádua)
Vale ressaltar que até completar os 2 anos de idade, crianças não devem consumir açúcar. "Além de ser um alimento viciante e pouco nutritivo, pode interferir na formação do paladar e dos hábitos alimentares nos primeiros anos de vida. Depois disso, vale o equilíbrio", diz Elaine.
PARTE 1
PARTE 2
*Sabrina Legramandi e Mariana Kotscho são repórteres do Papo de Mãe
**O Programa Nestlé por Crianças Mais Saudáveis é uma iniciativa global da Nestlé, que assumiu o compromisso de ajudar 50 milhões de crianças a serem mais saudáveis até 2030 no mundo todo. Desde 1999 foram beneficiadas mais de 3 milhões de crianças no Brasil.
Com o lema “muda que elas mudam”, a partir de uma plataforma de conteúdo, o programa estimula famílias a adotarem hábitos mais saudáveis e ainda promove um prêmio nacional que ajuda a transformar a realidade de 10 escolas públicas por ano com reformas e mentorias pedagógicas.
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