Papo de Mãe
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Como montar um pratinho saudável para o seu bebê

Não se desespere! A introdução alimentar é exatamente como o nome diz, uma introdução. Não é fazer o bebê comer de qualquer jeito e tudo

Camila Alves* Publicado em 14/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h29

O principal é ensinar o bebê a ter uma relação prazerosa com a comida
O principal é ensinar o bebê a ter uma relação prazerosa com a comida

A fase de introdução alimentar passa tão rápido e quando damos conta já está na hora de preparar o pratinho do almoço e jantar do bebê. E aí as dúvidas começam a aparecer, como preparar o pratinho do bebê? Quantos tipos de alimentos devem ter nesse prato? Posso bater no liquidificador? E qual a quantidade?

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São muitas dúvidas de deixar qualquer família maluca (eu me incluo nessa lista também, apesar de ser nutricionista infantil, sou mãe e vivo os mesmos sentimentos…rs).

Por isso, trago hoje aqui algumas orientações gerais que vão te ajudar:

  • Desde o início da introdução alimentar o pratinho deve conter todos os grupos alimentares (carboidratos, proteína animal, leguminosas, legumes e verduras – veja figura).
  • Por isso, escolha uma opção de cada grupo alimentar para compor a refeição (veja a tabela).
  • No início da introdução alimentar as verduras podem ser oferecidas cozidas e refogadas e depois quando um pouquinho maiores, por volta dos 10/11 meses já podemos oferecer a folha crua.
  • O ideal é montar o prato com tudo separadinho para que o bebê já possa ir aprendendo a reconhecer o sabor de cada alimento e sua textura.
  • Após o prato pronto e montado regar com um fio de azeite ou óleo vegetal (linhaça, girassol ou canola) para ajudar na oferta das gorduras boas essências para o desenvolvimento neurológico das crianças.
  • Para cozinhar ou refogar utilize azeite de oliva.
  • Temperos naturais (fresco ou desidratado) podem todos: alho, cebola, alecrim, tomilho, manjericão, alho porro, salsão, sálvia, orégano, coentro, louro, salsinha, cebolinha, etc. Atente-se somente pois alguns temperos desidratados contem sal, leia o rótulo antes de comprar!
  • Verduras e legumes temos uma infinidade de opções. Dê preferência sempre que possível aos legumes e verduras da época!
  • Lembre-se sempre de variar o máximo que puder os alimentos, assim você expõe o bebê a cores, sabores, texturas e aromas diferentes. Quanto maior for esse contato melhores são as chances de uma boa relação com
    os alimentos, aceitação da comidinha e menor chance de seletividade.

E como deve ser a textura desses alimentos?

No início da introdução alimentar, o ideal é oferecer uma comidinha amassada com o garfo, e aos poucos, ir evoluindo na textura até que por volta de 1 ano a criança já esteja comendo a mesma comida que a família (vide figura). Dessa forma estará estimulando a mastigação do bebê, pois eles não sabem mastigar, temos que ensiná-los, e é fazendo essa evolução de textura que ensinamos o bebê a mastigar e a se acostumar com os pedaços maiores.

E porque não posso bater os alimentos no liquidificador, processador ou peneira?

  • Os alimentos perdem nutrientes, principalmente fibra.
  • Todos os ingredientes batidos juntos perdem o gosto, o cheiro e a textura particular de cada alimento.
  • A criança não aprende a reconhecer o sabor de cada alimento, não treina o seu paladar.
  • Visualmente é menos atrativo.
  • É preciso estimular a mastigação, isto faz parte do aprendizado do bebê, e se oferecer papinhas batidas não estimulamos esse processo.

E qual a quantidade de comida o bebê deve comer?

Outra grande preocupação constante entre os pais é será que meu filho está comendo a quantidade certa? Será que ele comeu o suficiente? Será que vai passar fome? Será que é normal comer tão pouco?

E a resposta é: não existe uma quantidade ideal ou fixa definida de quantas gramas ou colheres um bebê ou criança deve comer por refeição. O pediatra não sabe, a vizinha não sabe, a sogra não sabe, eu não sei, a vó não sabe, ninguém sabe…a única pessoa que sabe o quanto tem que comer é A CRIANÇA!

A primeira coisa que temos que lembrar (e é normal esquecermos) é que o estômago da criança é muito pequeno, então com poucas colheradas eles vão se sentir satisfeitos.

Além disso, o bebê tem o senso de autoregulação muito bem definido, ou seja, ele come o quanto é necessário para encher sua barriguinha. Quando encher é enviado sinais para o cérebro parar de comer e pronto ele para de comer. Como nós já perdemos esse senso acabamos desconfiando do bebê, mas CONFIE NELE! Ele sabe o quanto tem que comer.

Além disso, cada bebê é um ser único, uns são comilões, outros nem tanto, e tudo bem para ambas as situações!

Não se desespere! A introdução alimentar é exatamente como o nome diz, uma introdução. Não é fazer o bebê comer de qualquer jeito e tudo. O principal é ensiná-lo a ter uma relação prazerosa com a comida.

Respeite o tempo de adaptação do seu filho. Fiquem tranquilos que no tempo dele, ele vai comer.

*Camila Alves é nutricionista materno infantil com especialização em Nutrição Clínica em Pediatria pelo Instituto da Criança HCFMUSP. Mãe do Luis.

Saúde4kids – O amor à medicina uniu as médicas: Fernanda, Rafaella e Ana. Além da vocação em servir aos pequenos, elas tinham outra certeza: precisavam ajudar as mamães. Perceberam que muitas estavam perdidas nesse caminho cheio de novidades e incertezas que é a maternidade e, na busca por informações, as mamães se perdiam ainda mais.

Assista ao vídeo do Papo de Mãe com dicas sobre introdução alimentar:


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