A nutricionista Duda Guaraná fala sobre algo que assusta os pais: quando o filho não quer comer. O que fazer?
Duda Guaraná* Publicado em 26/10/2021, às 11h21
É normal que quase todas as crianças passem por uma fase de diminuição do apetite por volta dos 2 anos de idade. E ela acaba se resolvendo sozinha, sem nenhum tratamento específico. No entanto, crianças com distúrbios alimentares têm tendência a demonstrar maior seletividade no que comem logo desde a introdução dos primeiros alimentos, não conseguindo variar muito no tipo de alimentos que comem, ou na forma de preparação desses alimentos.
Incentivar hábitos alimentares saudáveis em crianças exige paciência e consistência nas regras e ajustes no dia a dia. Muitos pais se frustram a cada refeição quando percebem que seu pequeno nem tocou na comida. Mas nada de desespero!
Crianças com fome tendem a ser menos exigentes que as crianças que beliscam alimentos diversos durante todo o dia. Estabeleça uma rotina. Crie um horário no dia em que o lanche será servido. Isso irá garantir que seu filho esteja com fome quando a refeição principal for servida. Organize o dia, para que seu filho tenha horário para tomar o café da manhã, comer o almoço e o jantar. Manter horários regulares para as refeições cria o hábito de comer apenas quando a comida está disponível, deixando menos espaço na barriguinha para as indulgências e alimentos com menos valor nutricional. E mais:
O hábito alimentar é criado desde a infância. E neste sentido, o exemplo vindo dos pais é fundamental para que a criança apenda a comer alimentos diversos que formarão comportamentos alimentares saudáveis. Seja um modelo para o seu filho e entenda como não é justo exigir que o seu filho coma um alimento saudável enquanto vê os seus pais comendo alimentos pouco variados e com baixo valor nutricional.
Uma dica muito legal é chamar as crianças para ajudar na hora de preparar as refeições. Elas podem gostar de amassar a batata para fazer o purê, colocar as frutas no liquidificador para fazer o suco, acender a luz do forno, misturar o molho na salada etc. Quanto mais o seu filho tiver contato com os diferentes alimentos, menos estranho será para ele experimentá-los. Deixe ele colocar a mão, muitas vezes é nesse momento que ele resolve “testar” esse novo sabor.
Agora uma dica para estimular os pais: para que a criança aceite novos alimentos não podemos desistir antes de tentar oferecer entre 8 a 10 vezes, em dias diferentes. Ou seja, a criança pode recusar muitas vezes antes de decidir se vai provar. E, mesmo provando e não gostando, não quer dizer que logo ali na frente esse alimento não poderá ser aceito.
Pra encerrar, uma dica de ouro: quando a criança não quiser comer de tudo, deixar que ela escolha pelo menos 2 alimentos do prato. Normalmente elas acabam comendo melhor e aceitando alguns alimentos da escolha dos responsáveis.
Todas essas dicas ajudam os pequenos a aumentarem o leque de opções no dia a dia. Nos casos onde se evidencia sinais e sintomas de algum transtorno alimentar, o ideal é buscar ajuda do pediatra assim que possível, para que a alteração seja avaliada. Além do pediatra, pode também ser aconselhada uma avaliação por um nutricionista, além de fonoaudiólogo ou um psicólogo que pode realizar terapias que ajudem a criança a se acostumar lentamente a novos alimentos. O importante é sempre observar, conversar e dar o exemplo aos pequenos para incentivar uma alimentação saudável e balanceada.
*Duda Guaraná é nutricionista com mais de 15 anos de experiência em consultório, CEO da plataforma digital Nutricuca e consultora do Programa Nestlé por Crianças Mais Saudáveis. É mãe de duas meninas, Mariah de 9 anos e Isabel de 6 anos.
**O Programa Nestlé por Crianças Mais Saudáveis é uma iniciativa global da Nestlé, que assumiu o compromisso de ajudar 50 milhões de crianças a serem mais saudáveis até 2030 no mundo todo. Desde 1999 foram beneficiadas mais de 3 milhões de crianças no Brasil.
Com o lema “muda que elas mudam”, a partir de uma plataforma de conteúdo, o programa estimula famílias a adotarem hábitos mais saudáveis e ainda promove um prêmio nacional que ajuda a transformar a realidade de 10 escolas públicas por ano com reformas e mentorias pedagógicas.
Conheça mais no site do programa
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