Em entrevista, Dra. Daniela Gomez explica as causas, sintomas e tratamentos da osteoporose
Fernanda Fernandes* Publicado em 20/10/2021, às 14h36
Hoje, é o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, doença que segundo estatísticas da “Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo” (ABRASSO), atinge, no Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas.
A osteoporose é uma doença caracterizada pela perda progressiva da massa óssea, o que ocasiona uma fragilidade do osso, predispondo a ocorrência de fraturas.
Conhecida como silenciosa, por não apresentar sintomas tão evidentes, afeta principalmente mulheres na pós-menopausa e idosos.
Em entrevista ao Papo de Mãe, a Dra. Daniela Gomez, do SBA Residencial, explicou com detalhes tudo sobre a doença.
Existem muitos motivos para suspeitar da doença, a Dra. Daniela relata quando é necessário ficar atento.
Devemos suspeitar de osteoporose quando existe história familiar da doença, antecedente familiar de fratura de fêmur, em mulheres na pós-menopausa, idosos, tabagistas, quando há presença de comorbidades como artrite reumatoide. Em casos de: doença celíaca, hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, algumas doenças endocrinológicas e uso de medicações como corticoides e alguns anticonvulsivantes".
Segundo a médica, o principal método para diagnosticar a osteoporose é o exame de imagem, que é simples, indolor, e não invasivo, denominado densitometria óssea.
Esse exame avalia a massa óssea da coluna lombar, fêmur e antebraço e verifica se há perda de densidade óssea .
A osteoporose pode ser primária ou secundária.A primária é a mais prevalente, e ocorre, tanto na mulher pós-menopausa - em função da rápida perda de estrógeno - quanto em homens e mulheres à medida que envelhecem, basicamente em função da deficiência crônica de cálcio, baixa dosagem de vitamina D e sedentarismo.
Sempre digo, que osso está sempre se remodelando, existe a formação de osso novo e a reabsorção de osso antigo. Quando somos jovens, produzimos mais osso , do que é reabsorvido, e o pico de massa óssea ocorre por volta dos 30 anos. A partir daí, o processo de reabsorção é maior do que o de formação e pode aparecer a osteoporose". Relata a médica.
Além disso, ela também reforça que é por estes motivos citados que ter uma dieta rica em cálcio e fazer atividade física é tão importante. "Quanto mais massa óssea tivermos antes dos 30 anos, mais difícil será ter osteoporose quando envelhecermos" afirma.
Já a secundária é consequência de alguma doença, como por exemplo: hipertireoidismo e doença celíaca, ou medicamentos como corticoides.
Durante a entrevista, Daniela cita que na maioria das vezes a osteoporose é uma doença assintomática.
Muitas vezes, só aparecem sintomas quando ocorre a fratura , que é a principal consequência da osteoporose. As fraturas geralmente são de baixo impacto, ou seja, após traumas leves, e frequentemente ocorrem no antebraço, nas vertebras ou no fêmur".
A Dra. complementa dizendo que, quando ocorrem na vertebra pode ocasionar redução de altura, dor e deformidades. E geralmente as do fêmur e do antebraço são cirúrgicas.
Em relação ao tratamento, Daniela afirma:
Os tratamentos farmacológicos objetivam reduzir o risco de fratura óssea. Existem medicações que agem ajudando a formação do osso, e outros que agem reduzindo a reabsorção óssea. O médico irá escolher o tratamento levando em conta qual será o melhor benefício clínico para o paciente baseado na idade dele, na densitometria e na probabilidade de fratura. E pode ser feito tanto com remédios por via oral, semanais, mensais, ou trimestrais, ou medicamentos injetáveis".
Ao ser perguntada sobre formas de prefinir a doença, a médica lista algumas medidas que ajudam no momento da prevenção, confira abaixo:
A campanha do dia 20 de outubro é dedicada à conscientização da prevenção, do diagnóstico e do tratamento da osteoporose. Que segundo a “Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia” (SBEM), causa cerca de 200 mil mortes por ano.
A Dra. Daniela Gomez diz que a discussão sobre osteoporose é fundamental para provocar uma conscientização sobre o tema, esclarecendo a necessidade de desde jovens adquirirmos práticas saudáveis para evitar a doença.
Além de reforçar a importância da realização de exames preventivos para o diagnóstico e tratamentos precoces. Pois, só assim será possível reduzir a incidência de fraturas que ocasionam importante prejuízo na qualidade de vida, maior dependência funcional e grande risco de mortalidade.
*Fernanda Fernandes é repórter do Papo de Mãe
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