Fenômeno que surgiu com o isolamento social, a síndrome da cabana faz com que pessoas não queiram mais sair de casa. Veja as orientações do psicoterapeuta Leo Fraiman
Mariana Kotscho* Publicado em 08/09/2021, às 11h27
Após um longo período de isolamento social, algumas pessoas - inclusive adolescentes e crianças - se acostumaram a ficar em casa, afastadas so convívio social, e podem ter desenvolvido até uma fobia social. Isso pode provocar medo e inclusive pânico quando chega o momento de retomar uma certa normalidade, mesmo que tomando todos os cuidados ainda necessários para enfrentar a pandemia.
O psicoterapeuta e educador Leo Fraiman explica que para pessoas que sofreram traumas como a perda de um ente querido ou tiveram alguém próximo que ficou doente e ainda enfrenta sequelas disso, é ainda mais difícil. Mas essa situação, que tem sido chamada de "síndrome da cabana" pode acontecer também com quem não sofreu nenhuma perda direta. Há quem sequer tenha coragem de sair do quarto e isso pode sim ser preocupante.
Mas Leo Fraiman, que é autor do livro "A Síndrome do Imperador", faz um alerta sobre aqueles que saem de casa para tudo e só não querem ir para a escola: "esses não estão na síndrome da cabana, esses estão mimados. Se pode sair para festa e restaurante, pode ir para a escola".
Há uma diferença entre os que se acomodaram e estão com preguiça e os que estão com medo ou pânico de voltar para a vida lá fora - estes precisam de ajuda que pode ser de especialistas ou dos próprios pais, dependendo do caso. Existem tratamentos específicos para superação de traumas ou dinâmicas mais simples para mudanças de hábitos. A fobia social pode variar de intensidade e é preciso avaliar caso a caso.
Os pais podem montar um plano gradual para tirar os filhos das telas, do quarto, de casa. Um passo a passo, com combinados. Diminuir dia a dia o tempo de telas, passar a fazer atividades fora do quarto, começar a sair de casa aos poucos, com máscara e outras proteções, se necessário.
Tem que colocar pro filho de um jeito simples, porém carinhoso, e dizer: olha, filho, nós vamos aprender a conviver com esta vida real que existe no mundo. Nós vamos praticar agora uma aproximação de uma vida com cuidados. Cuidado é bom, paranóia é ruim."(L.F)
É importante cuidar desta situação porque isso pode se agravar e gerar trantornos mais graves como fobia social (incapacidade de conviver com as pessoas), trantorno evitativo de personalidade ou transtorno narcisista de personalidade.
Leo Fraiman explica que 46% do que fazemos é hábito. E que alguns hábitos ruins podemos tentar mudar. Há 3 pontos para se observar para mudar hátitos:
Nós estamos vivendo uma condição difícil, mas não uma condenação. Esta pandemia não precisa ser uma condenação de sonhos e esperanças". (L.F.)
Os pais e as mães acabam tendo trabalho dobrado porque precisam cuidar de si e dos filhos também: "Dá trabalho cuidar, mas se não cuidar, vai dar mais trabalho ainda", finaliza o psicoterapeuta Leo Fraiman.
*Mariana Kotscho é jornalista
**O Programa Nestlé por Crianças Mais Saudáveis é uma iniciativa global da Nestlé, que assumiu o compromisso de ajudar 50 milhões de crianças a serem mais saudáveis até 2030 no mundo todo. Desde 1999 foram beneficiadas mais de 3 milhões de crianças no Brasil.
Com o lema “muda que elas mudam”, a partir de uma plataforma de conteúdo, o programa estimula famílias a adotarem hábitos mais saudáveis e ainda promove um prêmio nacional que ajuda a transformar a realidade de 10 escolas públicas por ano com reformas e mentorias pedagógicas.
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