Papo de Mãe

Pesquisa revela porque casais brigam no período de isolamento social

A pandemia trouxe a necessidade de ficar em casa. Como a convivência intensa impacta a vida a dois? Para responder, o Instituto do Casal (IC), organização que se dedica a práticas, estudos e educação em relacionamentos e sexualidade humana, realizou uma análise online com homens e mulheres de 18 a 51 anos ou mais e diversas orientações sexuais.

Roberta Manreza Publicado em 06/07/2020, às 00h00 - Atualizado às 13h42

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6 de julho de 2020


Getty Imagens

Por Instituto do Casal*, 

Levantamento feito pelo Instituto do Casal (IC), com 709 pessoas, mostra os principais motivos de conflitos a dois e um comparativo com dados anteriores de 2018 revela o que mudou

A pandemia trouxe a necessidade de ficar em casa. Como a convivência intensa impacta a vida a dois? Para responder, o Instituto do Casal (IC), organização que se dedica a práticas, estudos e educação em relacionamentos e sexualidade humana, realizou uma análise online com homens e mulheres de 18 a 51 anos ou mais e diversas orientações sexuais.

A pesquisa foi feita entre 30/05 e 05/06 com pessoas hetero, homo e bissexuais. E indica que uso excessivo do celular (33%), divisão das tarefas domésticas (32%) e excesso de críticas (31%), são as principais causas para desavenças.

Seguidas de falta de romance no casamento (26%), rotina no casamento(26%), ausência de diálogo (24%), excesso de tempo dedicado ao trabalho, virtual ou presencial (23%), escassez de dinheiro ou dívidas acumuladas (20%), criação ou educação dos filhos (19%) e porque eu reclamo demais ou estou sempre insatisfeito com alguma coisa (19%). As porcentagens somam mais de 100%, pois era possível escolher mais de uma alternativa.

Paralelo

O IC comparou a pesquisa com outra de mesmo formato feita em 2018. O levantamento online anterior também apontava os principais motivos para conflito e reuniu 708 respostas.

O que mudou? A opção uso excessivo do celular foi do terceiro para o primeiro lugar. “No atual contexto, é provável que os casais tenham flexibilizado os valores quanto ao uso do celular, pois é por meio dele que estão se conectando com o trabalho, amigos, família. Essa flexibilização, sem limites, tornou-se um conflito e precisa ser administrado”, analisa Marina Simas, cofundadora do Instituto e especialista em Terapia de Casal e Família.

A alternativa divisão de tarefas domésticas também subiu no ranking. Em 2018, ficou em quinto e agora foi vice-líder. Outra a ganhar destaque foi a escolha por excesso de críticas: passou da quarta para terceira colocação. Já, a falta de diálogo caiu da segunda para sexta posição.

Para Denise Figueiredo, especialista em Terapia de Casal e Família e cofundadora do IC, pelo tempo maior juntos no isolamento, casais precisam aprender a renegociar a rotina (ritmo de sono, atividades, humor, espaços, tarefas…). “Toda negociação pode gerar tensão, estresse e desconforto. A melhor forma é escolher que discussão vale a pena começar. Em uma relação, nem tudo necessita ser discutido”. Por isso, vale se perguntar se o motivo para discussão é relevante. “Se for, então é bom escolher a melhor hora e conversar com o(a) parceiro(a) sempre na primeira pessoa: ‘eu sinto…’, ‘eu penso….’, isso diminuiu a chance de quem escuta criar resistências. O diálogo e o acolhimento são essenciais para resoluções de conflitos”.

Frequência

A pesquisa feita durante o isolamento também abordou a regularidade dos desentendimentos. A opção para quem disse ter conflito ao menos uma vez por semana teve 30% das escolhas. Enquanto a alternativa mais de uma vez por semana somou 20%. Seguida de raramente temos conflitos (19%), pelo menos uma vez por mês (14%) e, uma vez por dia ou mais (10%).

Consequências

No levantamento, observa-se ainda os efeitos da pandemia nos relacionamentos. Segundo 53% das respostas, o isolamento social trouxe ansiedade. Outros 52% declararam ter alterações na rotina e 35% apontaram mudanças e desconfortos na área financeira. Humor e sono foram indicados por 31% e 30% dos participantes, respectivamente. E quando a quarentena acabar? Rever os amigos é o desejo de 91% das pessoas. Viajar ficou com a preferência de 18% delas e sair com 7%.

Soluções

Além disso, a avaliação tratou da forma com que casais procuram resolver contendas. De acordo com os resultados, 60% preferem conversar no mesmo dia sobre o problema, sem deixar para depois. Já 35%, só resolvem a briga após alguns dias e 2% consultam um terapeuta para solucionar a situação.

Confira os rankings das 10 principais causas de briga antes e durante a pandemia:

20182020
Bagunça pessoal e desorganizaçãoUso excessivo do celular
Falta de diálogoDivisão das tarefas domésticas
Uso excessivo do celularExcesso de críticas
Excesso de críticasFalta de romance no casamento
Divisão das tarefas domésticasRotina do casamento
Pouca frequência sexualFalta de diálogo
Falta de romance no casamentoExcesso de tempo dedicado ao trabalho (virtual ou presencial)
Mau humorFalta de dinheiro/Dívidas acumuladas
Rotina do casamentoCriação e educação dos filhos
10ºFalta de dinheiro/Dívidas acumuladasPorque reclamo demais e estou sempre insatisfeito(a) com alguma coisa

* O Instituto do Casal é uma organização que se dedica às práticas, estudos, pesquisas, educação e disseminação de informações relevantes sobre relacionamentos e sexualidade humana.

Website: institutodocasal.com.br

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