Obviamente, a Acupuntura nunca será o tratamento principal da doença, porém, dependendo do estágio, a prática ajuda.
Roberta Manreza Publicado em 20/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h26
Por Dr. Márcia Yamamura, médica, acupunturista e professora da Escola Paulista de Medicina
Para algumas mulheres só a possibilidade de descobrir um nódulo na mama já é algo angustiante, pois, o medo do câncer é enorme. Diante disso, muitas preferem não realizar o autoexame ou, ao encontrar um caroço, optam por esperar sumir, limitando demais o combate mais eficiente – até mesmo sem a necessidade de cirurgia – que ocorre quando a doença é descoberta e tratada logo depois do aparecimento dos primeiros sintomas.
No mês que marca o “Outubro Rosa”, campanha mundialmente conhecido pela defesa do diagnóstico rápido da segunda maior causa dos cânceres nas mulheres, a médica e acupunturista, Dr. Márcia Yamamura, que é professora da Escola Paulista de Medicina, fala da importância da conscientização e como a medicina tradicional chinesa pode ajudar as pessoas com a doença. “Atualmente, em pelo menos em 25% das mulheres que são diagnosticadas com câncer a doença atingiu as mamas. Por isso, essa campanha tem grande importância para conscientizar o público feminino dos perigos e também tudo que pode ajudar no processo. Obviamente, a Acupuntura nunca será o tratamento principal da doença, porém, dependendo do estágio, a prática ajuda a fazer, por exemplo, a ressecção desse nódulo, o esvaziamento dos linfonodos na axila, entre outros procedimentos auxiliares, que irão complementar a radioterapia ou a quimioterapia”.
Ainda segundo a especialista, essa área da medicina tradicional chinesa ajuda muito com os sintomas causados pelos tratamentos convencionais contra o câncer. “A acupuntura é extremamente benéfica para as náuseas e vômitos, e também tem um efeito secundário com relação a fadiga e ao apetite. Ela ajuda ainda a controlar a dor sentida no pós-operatório e quando o tumor ainda se encontra. Isso, aliás, é valido para todos os tipos de tumores, não só o de mama. Porém, para que a pessoa consiga usufruir desses benefícios é muito importante que a paciente realize esse tratamento com um profissional médico especialista em acupuntura, pois podem haver contraindicações dependendo do caso”, orienta.
Apesar das muitas teorias e mitos, o câncer nada mais é que uma doença que surge quando alguma célula do organismo sofre uma mutação, perde suas características naturais e passa a se multiplicar de forma desordenada, invadindo órgãos e vasos sanguíneos. Mesmo com a sua prevenção não sendo totalmente possível, em função da multiplicidade de fatores relacionados ao surgimento da doença, existem alguns fatores, segundo a médica, que parecem influenciar nas chances de a mulher desenvolver o câncer de mama. “Um dos exemplos e ter tido a primeira menstruação antes dos 12 anos; nunca ter tido filhos; ter engravidado depois dos 30 anos; ter feito reposição hormonal, entre outros. Também existem fatores ambientais, genéticos e o estilo de vida. O componente genético é tão importante que a gente deve ficar em alerta quando alguém da família materna apresenta câncer de mama”, afirma a médica, alertando para a necessidade de realizar exames periódicos. “É muito importante a realização do autoexame com uma frequência mensal, ou seja, que a própria mulher conheça a própria mama e note diferenças na forma, contorno e se há nódulos. No caso de dúvida, ao invés de ficar com medo, a mulher deve procurar rapidamente um médico especialista. Só ele poderá orientar sobre a necessidade de exames mais detalhados ou não”.
Há, por outro lado, algumas atitudes que ajudam a prevenir o câncer de mama, entre elas, manter hábitos saudáveis, o que inclui uma dieta pobre em alimentos gordurosos, atividade física regular, pouca ingestão de bebidas alcoólicas e se manter longe do cigarro. “A acupuntura também ajuda na prevenção, já que tem grande função emocional, ou seja, se a mulher passou por alguma mágoa, tristeza ou foi ferida em sua feminilidade, pode acabar adoecendo por conta desses traumas. A medicina tradicional chinesa defende que a nossa mente e corpo são totalmente conectados, sendo assim, os sentimentos podem sim levar ao desenvolvimento de diversas doenças, entre elas, o câncer”, conclui.