Papo de Mãe
» REFLEXOS DA PANDEMIA

Aumentam as agressões físicas e psicológicas em menores de idade durante a pandemia

Levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria aponta mais de duzentos casos por dia

Redação Papo de Mãe Publicado em 27/05/2021, às 10h30

Criança triste
Criança triste

O fechamento de escolas por causa da pandemia de Covid-19 tem sido um ponto de preocupação para especialistas. A a integridade física e psicológica dos menores passou a ser mais restrita e dependente das relações familiares, principalmente de pais e responsáveis.

Um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), com apoio da agência 360º CI e junto ao Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, apontou ao menos 243 novas notificações diárias de tortura ou agressão física e psicológica contra menores de idade no Brasil.

Veja também 

Para a Dra. Andreza Juliani Gilio, pediatra, a violência tem um papel negativo no desenvolvimento infantil por vários fatores e esses números devem ser vistos com atenção, pois podem ser ainda maiores e subnotificados durante a pandemia. “A proteção dos menores de idade é constituída por uma rede formada por familiares, membros da escola e amigos. Durante a pandemia, duas dessas principais conexões foram rompidas e o papel da família passou a ser muito maior. Contudo, a criança é sempre a parte frágil do relacionamento, então quando há um abuso psicológico ou físico por algum aspecto cultural, pessoal, financeiro ou de relacionamento, isso acaba sendo extremamente preocupante”, explica.

Dra Andreza Juliani Gilio
Dra Andreza Juliani Gilio

Reconhecer comportamentos incomuns e lesões no corpo que podem ter origem em uma agressão física é muito importante, e a Dra. Andreza diz que algumas agressões físicas são notáveis: “Tem algumas áreas do corpo da criança que são rotineiras em apresentar lesões, como ralados nos joelhos, pernas e braços. Já as equimoses, que são os roxinhos, geralmente no interior da perna, abdômen e costas nos trazem maior desconfiança de que essa criança está sofrendo algum tipo de violência física”, alerta a pediatra. 

Profissionais da saúde possuem um amplo conhecimento no assunto e podem ser fontes de ajuda para lidar com a situação. 

Onde também é possível procurar ajuda gratuita e online 

  • Disque 100: Vítimas ou testemunhas de violações de direitos de crianças e adolescentes, como violência física ou sexual, podem denunciar anonimamente pelo Disque 100.
  • Disque 180: Em casos de violência contra mulheres e meninas, seja violência psicológica, física, sexual causada por pais, irmãos, filhos ou qualquer pessoa. O serviço é gratuito e anônimo.
  • Polícia 190: Se presenciar algum ato de violência, acione a Polícia Militar por meio do número 190. Também é possível acionar as Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher e as de Proteção à Criança e ao Adolescente da sua cidade.
  • Safernet Brasil: Denúncie aqui cyberbullying e crimes realizados em ambiente online.

Assista à entrevista com o advogado Ariel de Castro Alves sobre o aumento do abuso infantil na pandemia:

AdolescenteCriançaSegurança InfantilViolência doméstica