Papo de Mãe

Como educar filhos na quarentena

Criar filhos em um período sem precedentes exigiu dos pais novos desafios. Como impor limites às crianças e aos adolescentes que vivem um confinamento com tantas questões colocadas à prova, inclusive a saúde mental deles? Devemos mudar a forma de educar nossos filhos por causa da situação atual? É preciso pegar mais leve? Muitos pais e mães querem respostas.

Roberta Manreza Publicado em 05/06/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h24

Imagem Como educar filhos na quarentena
5 de junho de 2020


Getty Images
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Está tudo junto e misturado neste isolamento social. A escola, o trabalho e o lazer foram levados para dentro de casa com a Covid-19. A pandemia transformou o lar das famílias brasileiras. A quarentena uniu os afazeres em um só lugar e todos nós estamos sendo impactados nesta fase tão inusitada. Criar filhos em um período sem precedentes exigiu dos pais novos desafios. Como impor limites às crianças e aos adolescentes que vivem um confinamento com tantas questões colocadas à prova, inclusive a saúde mental deles? Devemos mudar a forma de educar nossos filhos por causa da situação atual? É preciso pegar mais leve? Muitos pais e mães querem respostas.

O psicólogo Tiago Tamborini é autor do livro “Como Educar no Século XXI?”. E o pediatra Leonardo Posternak escreveu a obra “Educar Filhos: Entre a renúncia e a urgência”. Tiago e Leonardo, com certeza, precisarão acrescentar um novo capítulo para esse enredo. A história mudou.

A maneira correta de lidar com o dia a dia dos nossos filhos vem sendo bastante discutida. A dificuldade é não deixar de lado a tarefa de estabelecer regras e cobrá-las, apesar das limitações de agora. Uma coisa é certa, estamos dentro do mesmo barco. E a palavra de ordem é sobreviver da melhor maneira possível. Muitos concordam que as exigências em excesso podem ser deixadas de lado nesse contexto. Não é o momento de obrigações descabidas com essas circunstâncias. Minha dica é relaxar um pouco se a rotina não sair exatamente como planejada. E sabe aquela orientação de quando entramos em um avião para viajar e o comissário de bordo avisa: “Coloque a máscara de oxigênio primeiro no adulto responsável e depois ajude a criança ao lado”? É isso.Apertem os cintos, sim, mas o piloto não sumiu. Os pais continuam no controle, mas podem seguir de uma forma mais leve com a realidade que estamos vivendo. Não precisamos abrir mão da educação, mas esse cenário pode ter exceções. O importante é buscar o equilíbrio psicológico e dar atenção ao que realmente interessa. O cotidiano das crianças e adolescentes pode ser dosado. O fundamental é os pais estarem bem para poderem acolher os filhos. As questões emocionais são prioridade.

A vida é bela, mas não é para tanto! O filme italiano “A vida é bela” ficou famoso pela atitude do pai que tenta proteger o filho dos horrores do campo de concentração nazista na Segunda Guerra Mundial usando a imaginação. Ele faz o menino acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, para protegê-lo do terror e da violência da época. Os pequenos merecem saber a verdade dentro das possibilidades de entendimento da faixa etária em que se encontram. A nossa casa virou ainda um lugar de união para o enfrentamento dos sentimentos que estão surgindo com o novo coronavírus. Uma oportunidade para todos absorverem medos, angustias e lidarem com a saudade. Tentar transformar parte de ruim que veio com a pandemia em algo bom. A vida pode, sim, ser bela, dentro do nosso novo lar doce lar e os pais estão no comando.

Os especialistas Tiago Tamborini e Leonardo Posternak são nossos convidados do Encontros Digitais Cultura, da próxima segunda-feira (8)



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