A separação de papéis por gênero limita as escolhas dos pequenos, por isso os pais devem incentivar a criança a explorar e diversificar
Larissa Fonseca* Publicado em 19/03/2022, às 06h00 - Atualizado às 12h00
Brinquedo não tem gênero, e não é o tipo de brinquedo ou cor da roupa que irá determinar a natureza sexual da criança. Os pais devem se manter neutros nos interesses dos filhos e sempre incentivar a criança a explorar e diversificar, sem forçar ou impor escolhas.
Claro que é importante ir além dos interesses dos pequenos, para ampliar seu repertório de conhecimentos e oportunidades, mas é preciso tomar cuidado para que essas expectativas sociais não limitem as escolhas das crianças.
Os pais devem evitar autorizar ou proibir brincadeiras baseados na ideia de ser “coisas de menina ou coisas de menino”. Para a criança aquilo é somente uma brincadeira e se perceber que chama atenção ou então não conseguir sanar a sua curiosidade, pode até ficar mais instigada com aquilo.
O menino que se interessa por brincar de boneca, empurrar carrinho, fazer compras de mercado, pode ser por pura curiosidade ao ver o pai ou irmão cuidando de um bebê, fazendo as compras, entre outros motivos. O mesmo ocorre com as meninas. Elas vêm o pai ou figuras masculinas desenvolvendo atividades que despertam seu interesse, o que não significa que ela será masculinizada.
Entre as próprias crianças existe a tendência de separação de papeis por gênero. Mesmo em uma brincadeira de casinha, por exemplo, se um menino participa, ele receberá um papel socialmente determinado como “masculino como o pai, o irmão”.
Além disso, papai também cuida de criança não é mesmo? Mamãe também gosta de carro, dirige, usa roupas azuis, certo? Então não há razão para relacionar os interesses dos pequenos por objetos e cores socialmente determinadas do outro gênero a questões de identidade sexual.
A função dos pais é a de permitir que a criança viva e explore a infância, afinal um objeto socialmente identificado com o outro gênero é apenas um conceito presente unicamente na cabeça dos adultos e não das crianças.
*Larissa Fonseca é Pedagoga e NeuroPedagoga graduada pela USP, Pós Graduada em Psicopedagogia, Psicomotricidade e Educação Infantil. Autora do livro Dúvidas de Mãe.
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